Pretos Velhos
14 Jul 2014 1 Comentário
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Baianos
02 Set 2012 Deixe um comentário
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“Se ele é baiano agora que eu quero ver,
dançar catira no azeite de dendê…
Eu quero ver os baianos de aruanda trabalhando na Umbanda pra Quimbanda não vencer!”
AS FALANGES DE TRABALHO NA UMBANDA
27 Ago 2012 3 comentários
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Na Umbanda não incorporam Orixás e sim os falangeiros dos Orixás que são entidades evoluídas espiritualmente que vêem trabalhar nas giras de Umbanda.
OS CABOCLOS
OS PRETOS VELHOS
OS BOIADEIROS
AS CRIANÇAS
Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.
OS EXUS
Vovó Maria Conga
19 Ago 2012 6 comentários
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Cenas de exaustivo trabalho em plantações de cana. É nisso que Vovó Maria Conga parece estar constantemente envolvida. Gosta de doces, cocada branca em especial, mas não dá demonstrações de ter sido esta sua principal ocupação na encarnação como escrava.
Sentada em um toco de madeira no terreiro contou, certa vez, alguns fatos de sua vida em terra brasileira.
Começou dizendo que só o fato de podermos conviver com nossos filhos é uma grande dádiva. Naquele tempo as negras eram destinadas, entre outras coisas, a procriar, a gerar filhos que delas eram afastados muito cedo, até mesmo antes de serem desmamados. Outras negras alimentavam sua cria, assim como tantos outros “filhotes” foram alimentados pela Mãe Conga. Quase todas as mulheres escravas se transformavam em mães; cuidavam das crianças que chegavam à fazenda, rezando para que seus próprios filhos também encontrassem alento aonde quer que estivessem.
Os orixás africanos, desempenhavam papel fundamental nesta época. Diferentes nações africanas que antes guerreavam, foram obrigadas a se unir na defesa da raça e todos os orixás passaram a trabalhar para todo o povo negro. As mães tomavam conhecimento do destino de seus filhos através das mensagens dos orixás. Eram eles que pediam oferendas em momentos difíceis e era a eles que todos recorriam para afastar a dor.
Maria Conga teve que se utilizar de algumas “mirongas” para deixar de ser uma reprodutora, e assim, pelo fato de ainda ser uma mulher forte, restou-lhe a plantação de cana. A colheita era sempre motivo para muito trabalho e uma espécie de algazarra contagiava o lugar. Enquanto as mulheres cortavam a cana, as crianças, em total rebuliço, arrumavam os fardos para que os homens os carregassem até o local indicado pelo feitor. Foi numa dessas ocasiões que Maria Conga soube que um dos seus filhos, afastado dela quando já sabia andar e falar, era homem forte, trabalhando numa fazenda próxima.
Seu coração transbordou de alegria e nada poderia dissuadi-la da idéia de revê-lo. Passou então a escapar da fazenda, correndo de sol a sol, para admirar a beleza daquele forte negro. Nas primeiras vezes não teve meios de falar com ele, mas os orixás ouviram suas súplicas e não tardou para que os dois pudessem se abraçar e derramar as lágrimas por tanto tempo contidas. Parecia a ela que eles nunca tinham se afastado, pois o amor os mantivera unidos por todo o tempo.
Certa tarde, quase chegando na senzala, a negra foi descoberta. Apanhou bastante, mas não deixou de escapar novamente para reencontrar seu filho. Mais uma vez os brancos a pegaram na fuga, e como ela ainda insistisse uma terceira vez resolveram encerrar a questão: queimaram sua perna direita, um pouco acima da canela, para que ela não mais pudesse correr.
Impossibilitada de ver o filho, com menor capacidade de trabalho, a Vó Maria Conga passou a cuidar das crianças negras e de seus doentes. Seu coração se encheu de tristeza ao saber que haviam matado seu filho quando tentava fugir para vê-la.
Sua vida mudou. De alegre e tagarela passou a ser muito séria, cuidando do que falava até mesmo com os outros negros. Para as crianças contava histórias de reis negros em terras negras, onde não havia outro senhor. Sábia, experiente e calada, Vovó Maria Conga desencarnou.
Com lágrimas na alma ela acabou seu conto. Disse que só entendeu a medida do amor após a sua morte. Seu filho a esperava sorrindo, guardião que fora da mãe o tempo todo em que aguardava seu retorno ao mundo dos espíritos.
Palavras de Vô Bento
19 Ago 2012 Deixe um comentário
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– Filhos, ouçam todos e me digam o que é preciso para ser um médium.
– Ah, Vô, é preciso ter disciplina, dedicação, estudo ….
– Não filhos, para ser médium não precisa de nada disso, ser médium é fácil, todos que passaram hoje por assistência são médiuns como vocês e para isso nada é exigido. O difícil é ser INSTRUMENTO DE DEUS e é isso que vocês precisam ser, se realmente querem evoluir e fazer o bem.
E agora, o que é preciso para ser um bom Instrumento de Deus?
…silêncio…
– Só precisa ter um CORAÇÃO LEVE, um coração cheio de AMOR pela Espiritualidade e não interesse perante ela. Olhem para dentro de vocês e observem qual é o tipo de amor que vocês têm perante a Espiritualidade. Observem qual é o lado do muro em que vocês estão agora, no lado da troca, onde se espera receber ‘também’, ou no lado do amor, onde se é capaz somente de ‘dar’.
Saibam que é do lado do amor é que estão os verdadeiros Instrumentos de Deus.
Observem agora, filhos, se vocês estão pulando de um lado para o outro do muro. E o que é pior, observem se vocês não estão em cima do muro prestes a cair ou quem sabe já caíram e não se deram conta, tentando até derrubar seus outros irmãos.
Filhos entendam, é através do amor que tudo acontece, é através do amor que vocês ficam receptivos às forças Espirituais Divinas e só assim conseguem receber tudo de Divino.
Quanto a dedicação, o estudo e a disciplina, quando há amor todas essas necessidades se tornam naturais e fáceis de serem cumpridas, pois nos dedicamos a tudo que amamos não é verdade?! Então tudo se transforma em “uma grande alegria”.
Lições de um Preto Velho
17 Ago 2012 3 comentários
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LIÇÕES DE UM PRETO VELHO
Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos, tecia as últimas considerações a respeito da lição daquela noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras do Mestre: “Por que vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?”. Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que se desse abertura à comunicação dos Espíritos.
Um dos presentes fez a prece e deu-se início às manifestações mediúnicas. Pequenas mensagens, de consolo e de apoio, foram dadas aos presentes. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação das entidades não habituais e para os Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia, moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrendo-lhe o corpo. Nunca, nas suas experiências de intercâmbio, tinha sentido coisa parecida. Tomada por uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi “dominada” por um Espírito. Letícia nunca tinha visto tal coisa: estava consciente, mas seus pensamentos mantinham-se sob o controle da entidade, que tinha completo domínio da sua psiquê.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus:
“Zi-boa noite, zi-fio. Suncê me dá licença pra eu me aproximá de seus trabaios, fio?”.
– Claro, meu companheiro, nosso Centro Espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor dos trabalhos.
Os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se em terreiros de Umbanda. A entidade comunicante continuou:
“Vós mecê não tem aí alguma coisa pra eu bebê, Zi-Fio ?”.
– Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz de terreiros, o de beber bebidas alcoólicas e café. O Espírito precisa evoluir, continuou o dirigente.
“Vós mecê não tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio”.
– Ora, irmão, você deve deixar o hábito adquirido nas sessões de Umbanda, se queres progredir. Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
“Zi-preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos que aqui estão, não faz uso do cigarro lá fora, Zi-fio? Suncê mesmo, não toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que bebe whisky, no fim de sumana, do meu Espírito que quer beber aqui? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê queima na rua, daquele que eu quero pitá aqui dentro?”.
O dirigente não pôde explicar, mas ainda tentou arriscar:
– Ora, meu irmão, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar o trabalho de Jesus.
O Espírito do preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:
“Desculpem a visita que fiz hoje e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para o lugar de onde vim, mas antes queria deixar a vocês um conselho: que tomassem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Senhor, tem gente “coando mosquito e engolindo camelo”. Cuidado, irmãos, muito cuidado. Deixo a todos um pouco da paz que vem de Deus, com meus sinceros votos de progresso a todos que militam nesta respeitável Seara”.
Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível. O dirigente ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar “daquela forma”. Não houve resposta.
Os Pretos Velhos
13 Ago 2012 1 Comentário
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