A Importância da Galinha d’Angola no Culto aos Orixás

Naquele tempo a galinha d’angola era inteiramente preta e vivia só e infeliz dentro da mata. Para resolver seus problemas de solidão, foi consultar o adivinho de Obatalá para que lhe indicasse um ebó que lhe permitisse conseguir uma companheira como todos os demais bichos possuíam. Chegando à casa do adivinho, o pobre animal não foi por ele recebido porque, sendo completamente preto, não poderia entrar numa casa onde o Orixá do Branco era cultuado, pois a cor preta era considerada como uma grande ofensa.
Desolado, o bicho que apesar de viver só era muito rico, reuniu uma grande quantidade de alimentos e saiu sem rumo, na esperança de encontrar em outro lugar qualquer, alguém que lhe fizesse companhia.
Depois de muito caminhar encontrou, numa clareira, um velho muito estropiado que gemendo, estendeu-lhe as mãos dizendo:
– “DÁ-ME UM POUCO DE COMIDA E DE ÁGUA, POIS ESTOU EXAUSTO E JÁ NÃO POSSO CONSEGUIR ALIMENTO PARA MINHA PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA”.
Condoído, Etú serviu de seu próprio alimento ao velho e saciou-lhe a sede com a água que trazia dentro de uma cabaça.
Logo que acabou de comer, o pobre velho, de tão enfraquecido, caiu em sono profundo e, ao despertar muitas horas depois, deparou com Etú que preocupado, velava por seu sono.
Já refeito, o velho perguntou:
– “que fazes sozinho no interior desta floresta? não sabes que ela é sagrada e que só os iniciados podem adentrá-la?”.
– “ando sem destino. nasci só e sempre vivi só. minha aparência é muito repugnante e minha feiura impede que as pessoas permitam que me aproxime delas”. Replicou a ave.
– “tua feiura exterior nada é, comparada com tua beleza interior. aproxima-te mais e, como recompensa pela tua bondade, modificarei um pouco a tua aparência”.
Ordenou o velho.
Pegando pó de efun o velho, que outro não era que o próprio OBATALÁ, soprou sobre o corpo de Etú deixando-o, a partir de então, todo pintalgado. Reunindo alguns elementos sagrados, modelou um cone que colocou no alto de sua cabeça dizendo:
– “A PARTIR DE HOJE, SERÁS O ANIMAL MAIS IMPORTANTE NA RELIGIÃO DOS ORIXÁS, NADA PODERÁ SER FEITO SEM A TUA COLABORAÇÃO E, COMO SINAL DESTA IMPORTÂNCIA, SERÁS O ÚNICO DENTRE OS SERES VIVOS A PORTAR O OXÚ, SÍMBOLO DA ALIANÇA FORMALIZADA ENTRE O INICIADO E SEU ORIXÁ. POSSUIRÁS, ALEM DISTO, TANTAS FÊMEAS QUANTAS QUISERES E TUA PROLE SERÁ NUMEROSA E SE ESPALHARÁ SOBRE A TERRA”.
Por este motivo a galinha d’angola possui o corpo coberto de pintas e carrega sobre a cabeça uma crista cônica, assemelhando-se ao neófito durante o ritual da iniciação. Sua presença em todas as cerimônias iniciáticas é indispensável e todos os Orixás a exigem em seus rituais.

Vestir preto no culto aos Orixás

No candomblé dos anos 50, 60 e até 70, uma pessoa que chegava à porta de um candomblé vestida de preto, era sempre repudiada por aquela comunidade, e pedia-se para a pessoa se retirar. Quando a pessoa se negava a sair era entendido como uma afronta a Oxalá Pai de todas as cabeças por antecipação.
Vestir preto em uma saída de Iyawo é mesma coisa que dizer que o dono casa não sabe fazer o que esta fazendo.
Vestir preto em uma festa de 7 anos é a mesma coisa que dizer; não estou de acordo com esse titulo (oye).
Vestir preto em um funeral é desejar que aquela alma não tenha paz pela eternidade…
Vestir preto em um Ikomojade é desejar má sorte para criança
Vestir preto no dia a dia é afirmar-se intimo de Iyami Osorongá!
Vestir vermelho é dizer em alto e bom som! Não tenho medo das mães feiticeiras, por isso uso sua cor.
No itan de Bábà Ofuru, onde conta se que ele foi praguejado por Iyami, e é por isso que entre uma saia branca e outra é obrigado a usar um faixa preta de tecido. Para lembra-lo de sua vergonha!
Igual a Sango que usa um conta branca no pescoço para lembra-lo de um desrespeito a Oxalá!
Nos dias de hoje isso tudo esta sendo desrespeitado pelo mais novos, que acreditam estarem sendo desrespeitados pelos mais velhos.

Os Itans

O Candomblé. Cultura digna. Digna de um povo. Digna de uma fé. Cultura que traz a história de cada um através dos Ifás, através dos Caoris, através da metodologia adivinhatória variada, mas que com certeza buscam os caminhos, os horizontes e buscam principalmente enaltecer, enriquecer a vida de cada um, porque com o candomblé, foi inventado os itans, as histórias de cada orixá, histórias variadas, mas que na realidade são sinônimos de problemas que anos e anos vem acontecendo na vida de cada um, vem acontecendo na vida de cada ser humano, histórias que apesar de pertencer a Orixás, pertencem também aos caminhos de cada um de nós, com seus exemplos, ensinamentos e principalmente trazendo soluções para que sejam solucionados os problemas individuais ou até mesmo coletivos de cada pessoa, de cada grupo que procuram fazer parte da formação da estrutura básica de uma religião chamada Candomblé.

 

 

Conta-se que todo esse saber foi dado a um adivinho de nome Orumilá, também chamado Ifá, que o transmitiu aos seus seguidores, aos sacerdotes do oráculo de Ifá que são chamados Babalaôs ou os pais de santo do segredo. Durante a iniciação que é submetido para exercício da atividade oracular, o Babalaô aprende essas histórias primordiais que relatam fatos do passado que se repetem a cada dia dos homens e mulheres.
Para Os Iorubás antigos, nada é novidade. Tudo o que acontece hoje, já teria acontecido antes. Identificar no passado mítico o acontecimento que ocorre no presente é a chave da decifração oracular. Os mitos dessa tradição oral estão organizados em vários capítulos, vários itans organizados na mente de cada sacerdote, cada um subdivididos em partes, tudo paciente e meticulosamente decorado na memória do zelador, é que vem a experiência, é que vem a resposta.
Acredita-se, que nos caminhos dos itans, o zelador, o Babalaô, o conselheiro que seja, busca um exemplo do passado nas estórias do passado, estórias que com certeza remetem ao presente e sucessivamente ao futuro:
 
Se Obá cortou uma orelha por amor a Xangô, uma mulher corta os pulsos por amor a um homem.
 
Se Ogum decepou cabeças pelo silêncio e pela falta de respostas, muitos massacres podem acontecer muitas vezes por povos, por líderes de estado defendendo um ideal, um objetivo, defendendo principalmente uma posição.
 
Se Xangô, segundo os itans, abriu um buraco na terra e entrou por ele adentro, reis, rainhas, presidentes, renunciam, suicidam-se, são com certeza banido às vezes do seu poder.
 
Se Oyá experimentou através da curiosidade a força do fogo, quantas pessoas também pela força da curiosidade acabam morrendo queimadas e assim os itans revelam o cansaço das estórias de oxalá, revelam também os truques, a malícia, a irreverência nos itans de Exú, nos itans de Bara e que com certeza formam os itans da nossa cultura, as estórias que montam o caminho, que montam o convívio de cada sacerdote, que montam a verdade de cada um.
 
Muitas vezes, uma estória simples, uma estória comum, uma estória básica, se encontra a solução para livrar um cliente, livrar um filho de santo, livrar até futuros problemas que um filho de santo, que um cliente possa vir a ter no futuro, daí a demarcação dos ebós, onde se tira os ebós de caminho, os ebós de Odu, trata-se também com certeza, explicando para cada caminho que se é dado a um filho de santo, porque nos itans, nas estórias que são reveladas através do conhecimento da evolução espiritual de cada sacerdote, extrai-se também a solução para o futuro onde muitas vezes convivemos com a ganância, convivemos com a inveja, convivemos de várias formas diferentes com situações diferentes que levam um filho, um cliente, muitas vezes ao pantanal da tragédia, muitas vezes levam ao caminho da perda, ao caminho da discórdia, da desavença, da separação. 
Mas nada que se fale nada que se pregue nada que se professe nos caminhos dos Orixás através dos itans, não quer dizer, que seja novo, não quer dizer que seja novidade para cada um, pelo contrário, para os Orixás tudo é antigo, tudo já foi feito, tudo já foi visto, cabendo a cada um, cabendo a cada sacerdote buscar nos itans o caminho certo, buscar nos itans a esperança, a explicação, o exemplo que cada Orixá, que cada um itan revelou para a cultura, para a mente, e através dessa estória, da cultura, das lendas que muitas vezes são ignoradas por muitos, que muitas vezes são vítimas de chacotas até por muitos, mas delas são extraídas a solução para todos que com certeza buscam a prosperidade, buscam o caminho da felicidade através de nossos orixás e com certeza sem os itans, sem a verdade não seria possível descobrir como foi descoberta a inveja e foi detectado também o meio de acabar com ela, como também foi descoberta a ganância, até mesmo o castigo que nós buscamos nos caminhos de queimação, nos caminhos de ebós, do troco, da resposta. Dos itans que revelam a ambição que cobra de cada um o preço mais alto possível quando se deve aos Orixás.
 
A partir da próxima edição, estarei colocando vários exemplos de itans e seus significados na vida atual.

Orixás: Deuses africanos

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá os aproximam dos seres humanos, pois eles se manifestam através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravidão, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente. 

Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar.

Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.

Na Umbanda e no Candomblé se cultuam muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxóssi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer nossos caprichos, nossos amores, nossos desejos. É muito comum, alguns dizerem que suas personalidades são consequências dos Orixás que regem suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.

Apresentamos à seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados no Brasil.

Lembramos que existem diversas correntes no Candomblé e na Umbanda, por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

O PANTEÃO DOS ORIXÁS AFRO-BRASILEIROS

  • EXU – Senhor dos caminhos, Orixá mensageiro e vencedor de demandas. Por estar mais próximo da realidade humana é considerado o Orixá das causas materiais. Veste-se de vermelho e preto e seu elemento é o fogo. Seu dia é a Segunda-feira e sua saudação é “Laroiê !”. Seus filhos são pessoas críticas e originais, não ligam para opiniões alheias. Adeptos da lei do menor esforço, preferem concentrar suas energias no lazer. De hábitos noturnos, tendem a ser egoístas e tornam-se tristes quando não se encaixam em determinados ambientes.
 
  • OGUM –  é o Orixá guerreiro. Deus do ferro e da guerra. Seu domínio são as retas dos caminhos, as lutas e o trabalho. Veste-se de azul escuro, verde ou vermelho. Traz sempre sua espada pronta para o ataque. Seu dia é terça-feira e sua saudação é “Ogunhê !” Seus filhos, são pessoas com um apurado senso de honra e incapazes de perdoar uma ofensa. São fisicamente muito resistentes, curiosos por natureza, possuem muita capacidade de concentração e perseguem seus objetivos com determinação.
 
  • OXÓSSI –  Orixá caçador, protetor das matas, dos animais da floresta e dos caçadores. Veste-se de verde, azul turquesa e vermelho. Traz sempre o seu Ofá (arco e flecha). Seu dia é a Quinta-feira e sua saudação é “Okê Arô Oxóssi !” Seus filhos, são pessoas muito exigentes no cumprimento das obrigações, de atitudes firmes e até um pouco duras. Não têm “papas na língua” e costumam falar tudo o que pensam. Dão muito valor aos acordos e não faltam com sua palavra. Com tendência à timidez, não gostam de demonstrar suas emoções.
 
  • OSSAIM –  Orixá das ervas medicinais e das plantas em geral, presentes em todos os rituais de iniciação no Candomblé. É representado por um pássaro pousado num ramo e seu domínio é a mata virgem. Veste-se de verde e rosa. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Ewé ô – Ewe assá !”. Seus filhos, são pessoas com forte tendência à religiosidade, tolerantes e de bom coração. De personalidade instável, costumam controlar seus sentimentos e emoções. Valorizam a liberdade e não se apegam aos bens materiais.
 
  • OBALUAIÊ –  (ou OMOLU). O deus das pestes e das doenças de pele. Por ser o deus da peste conhece a cura de todos os males. Veste-se de branco e preto e usa um capuz de palha-da-costa que encobre todo o corpo. Dança com o Xaxará. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é “Atotô !” Seus filhos, são pessoas que se preocupam demais com os outros, esquecendo de seus próprios interesses. Podem até ter uma boa situação financeira, porém não se apegam aos bens materiais. São inquietos e não apreciam a monotonia.
 
  • OXUMARÊ – Orixá da sorte, fartura e fertilidade. Protetor das mulheres grávidas. Seu domínio são os poços e fontes da mata. Veste-se de verde e amarelo ou com as sete cores do arco-íris e é representado por uma serpente. Seu dia é Terça-feira e sua saudação é “Àrobô bô yi !”. Seus filhos são pessoas orgulhosas e exibicionistas. Periodicamente mudam tudo em sua vida: casa, emprego, amigos, sempre buscando novidades. Costumam desenvolver o dom da vidência e possuem intuição aguçada, que normalmente lhes revelam os melhores caminhos.
 
  • EWÁ – Orixá das chuvas, rainha dos mistérios e da magia, jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler os Búzios (o Oráculo de Ifá). Comanda os astros e está ligada às mudanças e transformações das águas. Veste-se de vermelho e branco. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Ri-rò!”. Seus filhos são pessoas extremamente metódicas e racionais. Costumam traçar metas para tudo. Conservadoras, acabam sofrendo com o excesso de rotina que conseguem estabelecer em suas vidas.
 
  • XANGÔ – O Orixá da justiça, do trovão e da pedreira. Veste-se de vermelho e branco. Usa uma coroa, e traz o Oxé (machado duplo) e o Xerê (instrumento musical) Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Kawó-Kabyesilé!”. Seus filhos são pessoas fisicamente fortes, atrevidos e prepotentes. Com um senso de justiça muito próprio, não suportam desaforos. As vezes agem como se fossem os donos da verdade. Porém, quando a situação complica, sempre buscam um meio termo, para não sair perdendo.
  • OXUM –  é a rainha dos rios e das cachoeiras (todas as águas doces), do ouro e do amor. Veste-se de amarelo, dourado, azul claro e rosa. Traz em suas mãos o Abebê (espelho-leque) e uma espada se for guerreira. É a segunda esposa de Xangô. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Ora Ieiê Ô !”. Seus filhos são pessoas graciosas e elegantes, adoram jóias, perfumes e roupas caras. Voluptuosas, sensuais, esbanjam charme e beleza. Possuidoras de muita força de vontade e um grande desejo de ascensão social.
 
  • IANSÃ – É a deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios. É a dona dos eguns, por isso seus filhos são os mais indicados para a entrega de ebós. É a mulher principal de Xangô. Veste-se de vermelho, marrom escuro, e branco. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Eparrei Oiá !”. Seus filhos, são pessoas alegres, audaciosas, intrigantes, autoritárias e sensuais. Adoram usar jóias e bijuterias. Extrovertidas, francas e amantes da natureza. Ambiciosas e de temperamento forte. São guerreiras e comunicativas.
 
  • LOGUN-EDÉ – Filho de Oxum com Oxóssi. Seus domínios são os leitos de rios e mares. Veste-se com uma pele de leopardo, leva em uma mão o espelho de Oxum e na outra as armas de Oxóssi. Suas cores são amarelo e azul. É representado por um pavão ou um papagaio. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Olu A Ô Ioriki !”. Seus filhos são pessoas bonitas, atraentes e sedutoras. Carinhosos, amorosos e sensuais. Orgulhosos e vaidosos. Inconstantes, indecisos, frios e calculistas. Reservados e um tanto calados. Ciumentos, solitários e discretos.
  • OBÁ – Uma das esposas de Xangô, Orixá do equilíbrio e da justiça. Seu domínio são as águas revoltas. Veste-se de laranja e amarelo, portando espada e protegendo a orelha com um escudo. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Obá xirê !”. Os filhos de Obá são pessoas pouco atraentes, desajeitadas e de temperamento forte. Agressivas e objetivas. Aparentam ser mais velhas do que realmente são. Costumam ser bem sucedidas nos negócios e gostam de acumular bens.
  • IEMANJÁ – Orixá da harmonia em família, é considerada a Rainha dos mares e a mãe dos Orixás. Veste-se de azul e branco ou verde claro, portando seu Abebê (espelho-leque)decorado com uma sereia ou uma concha. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Odô iyá !” Seus filhos, são autoritários, persistentes, preocupados, responsáveis e decididos. Amigos, protetores, faladores e não suportam a solidão. As mulheres, se comportam como super mães. Quando a segurança dos filhos e da família está em jogo, são agressivos e até traiçoeiros.
 
  • NANÃ – É o Orixá feminino mais velho do Panteão. É a mãe de Oxumarê e Obaluaiê. Em sua mão traz seu cetro o Ibiri. Veste-se de lilás, branco e azul. É a protetora dos doentes desenganados. Seu dia é Terça-feira e sua saudação é “Salubá !” Seus filhos são conservadores e apegados às convenções. Calmos, mas às vezes tornam se agressivos e guerreiros. As mães, são apegadas aos filhos e muito protetoras. Ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito. Não costumam ser muito alegres e não gostam de brincadeiras.
 
  • IBEJI –  Orixás Gêmeos protetores das crianças e da família. Vestem-se de azul, rosa e verde. São representados por dois bonecos gêmeos ou duas cabacinhas. Seu dia é domingo e sua saudação é “Oni Beijada!” Embora possa ocorrer, são raros os filhos de Ibeji. Essa energia infantil, geralmente se manifesta com o orixá do iniciado. Mesmo sendo adulto, quando em “estado de erê”, o iniciado torna-se brincalhão, irreverente, cheio de energia e aparenta ser mais jovem. Adoram festas, música e dança.
 
  • OXALÁ, é considerado o Pai de todos os orixás. É o mais velho e o primeiro a ser criado. É responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. É o Orixá dos inhames novos e da agricultura, que traz as chuvas e que fecunda os campos, Sua festa ligada ao início do ano agrícola costuma ser em agosto e setembro, e inclui a renovação da água do templo e a lavagem dos objetos de culto. Está associado à justiça e ao equilíbrio. É cultuado nas seguintes formas: Oxalufã = Oxalá Velho e Oxaguiã = Oxalá Moço.
 
  • OXALUFÃ é o Orixá da paz, veste-se de branco portando sempre seu opaxorô (cajado). É representado por uma pomba branca. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é “Eepaá babá !”. Os filhos de Oxalufã (oxalá velho), em geral são pessoas calmas e dignas de confiança. Dotados de grande sabedoria, estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor. Não cansam de estudar e buscar o conhecimento. Também são teimosos orgulhosos e inteligentes e com tendência à serem preguiçosos.
 

 

  • OXAGUIÃ é um Orixá valente e guerreiro, considerado filho de Oxalufã. Também veste-se de branco, dança com muita energia carregando uma “mão de pilão”. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é “Exê êêê !Os filhos de Oxaguiã (oxalá moço), são pessoas joviais e viris. Ativos, guerreiros, alegres e generosos. Não se deixam influenciar por opiniões alheias. São organizados e metódicos em seus ofícios e projetos. Trabalhadores incansáveis e por essa razão, suscetíveis à crises de estresse.

Ogun Já

Uma das qualidades mais polêmicas de Ogum,  é Ogum Já, ou Ogum Ajá, Aquele que come cão. O próprio nome já diz um pouco sobre o porque da discussão. Algumas itans nos contam que ele seria filho de Iemanjá e Oxaguiã, desde cedo demonstrava temperamento forte e explosivo e na África é oferecido a esse orixá o cão como sacrifício, porém devemos entender que é o cão selvagem, que apesar de ser da família do nosso cão doméstico, não é a mesma coisa e não critico quem fique horrorizado com isso, afinal o “cãozinho” é o animal de estimação mais comum no Brasil, aliás em quase todos os países de origem européia. E cultura é cultura, não podemos discutir isso.
Existe dois pontos de vista sobre essa questão, muitos zeladores, dizem que não se deve iniciar ninguém nesse orixá, pois não temos material para fazê-lo, e que isso acarreta uma espécie de cobrança dessa energia, pois quando invocamos um determinado orixá, devemos ter ciência de como ele é cultuado originalmente, porém se pensarmos por esse ponto de vista, não iniciaríamos ninguém, pois como você inicia alguém de Iemanjá  sem a água do rio Ogum  Ou alguém de Xangô sem um otá de Oyó? É complicado quando falamos desse assunto, hoje temos como comprar produtos importados da África, mas e a trinta anos? Como eram feitas. Mas continuando falando sobre Ogum Já, sua cor é o azul e o verde, que representação o ferro e o mariwó. Seu espaço é caracterizado pelas estradas de terra estreitas e retas e tem relações estreitas com Oxaguiã Ajagunã.

Oríkì ÒGÚN

Ògún pèlé o !
Ogum, eu te saúdo !
Ògún alákáyé,
Ogum, senhor do universo,
Osìn ímolè.
Poder dos orixás.
Ògún alada méjì.
Ogum, dono de dois facões,
O fi òkan sán oko.
Usou um deles para preparar a horta
O fi òkan ye ona.
e o outro para abrir caminho.
Ojó Ògún ntòkè bò.
No dia em que Ogum vinha da montanha
Aso iná ló mu bora,
ao invés de roupa usou fogo para se cobrir.
Ewu ejè lówò.
E vestiu roupa de sangue.
Ògún edun olú irin.
Ogum, a divindade do ferro
Awònye òrìsà tií bura re sán wònyìnwònyìn.
Orixá poderoso, que se morde inúmeras vezes.
Ògún onire alagbara.
Ògún Onire, o poderoso.
A mu wodò,
O levamos para dentro do rio
Ògún si la omi Logboogba.
e ele, com seu facão, partiu as águas em duas partes iguais.
Ògún lo ni aja oun ni a pa aja fun.
Ogum é o dono dos cães e para ele sacrificamos.
Onílí ikú,
Ogum, senhor da morada da morte.
Olódèdè màríwò.
o interior de sua casa é enfeitado com màríwò.
Ògún olónà ola.
Ogum, senhor do caminho da prosperidade.
Ògún a gbeni ju oko riro lo,
Ogum, é mais proveitoso ao homem cultuá-lo do que sair para plantar
Ògún gbemi o.
Ogum, apoie-me
Bi o se gbe Akinoro.
do mesmo modo que apoiou Akinoro.

 

Olóòkun ou Olokun

Na Mitologia Ioruba: Olóòkun ou Olokun – No Benin é considerado como do sexo masculino e em Ifé como sendo do sexo feminino, divindade do mar. Proprietário/a (Olo) dos Oceanos (Okun).
Olokun é o Orixá Senhor do mar, é andrógino, metade homem e metade-peixe, de caráter compulsivo, misterioso e violento. Tem a capacidade de transformar. É assustador quando irritado. Na natureza é simbolizado pelo mar profundo e é o verdadeiro dono das profundezas do presente, onde ninguém jamais esteve. 
Representa os segredos do fundo do mar, como ninguém sabe o que está no fundo do mar, apenas Olokun. Também representa a riqueza do fundo do mar e da saúde. Olokun é um dos Orixás mais perigoso e poderoso do culto aos Orixás.
Diz-se que ele foi acorrentado ao fundo do oceano, quando ele tentou matar a humanidade com o dilúvio. Sempre retratado com escudo. Seu culto é na cidade de Lagos, Benin e Ile Ifé. Seu nome vem do ioruba Olokun (Olo: proprietário – Okun: Mar). Representa a riqueza dos fundos marinhos e a saúde. 
Todos os Babalaôs devem cultuá-lo e sempre deve ser assentado com suas 18 ninfas que são suas esposas, as 9 Olossás e as 9 Olonas. Elas são ninfas da água, representa os rios, córregos, lagoas, cachoeiras, nascentes, lagoas, extensões marinhos e de águas pluviais.
No Brasil é cultuada como mãe de Iemanjá e dona do mar (Olokun). 
É cultuada nas casas de candomblé tradicionais, mas não toma parte nas festas, não são entoados cânticos no “xirê”, assim como acontece com outros orixás (Orunmila, Oduduwa). São assentados mas não são “iniciados” iawos para estes orixás.
Com a vinda de sacerdotes africanos para o Brasil, hoje tenta-se resgatar o culto, porém sem identificação pelos fiéis. Talvez por não se ter conhecimento e sincretismo. É homenageada durante a Festa de Iemanjá. 
OLOKUN, orixá de grande importância, ainda pouco conhecido no Brasil, porém muito difundido e cultuado em Cuba e na Nigéria.
As crenças, em geral, são fundamentadas em algo original ou histórico; na África existem inúmeras. Diz-se que Olodumaré vagava pelo espaço, quando somente havia pedras e fogo. Em função do vapor produzido pelas chamas, grande quantidade de nuvens se acumulou no espaço, precipitando sob a forma de chuva. Onde o fogo havia queimado mais, o terreno ficou mais profundo, dando origem aos grandes oceanos que cercam a terra. Neste momento, nascem todas as Iemanjás do mar, desde Ocuté até Olokun, que é a mais alta representação dos orixás, depois de Oduduwa.
Quando o mundo se formou, existia maior quantidade de água do que de terra e, por isso, Olokun ocupa o segundo lugar no panteão yorubá. Esta divindade, também, é conhecida pelo nome de AAGANA-EKUN IJÁ MOAJÉ, que significa “a profundidade dos oceanos, mãe dos peixes e dos caracóis do mundo”. Ninguém sabe o que há no fundo do mar, isto é tratado no signo Iroso Meji (4-4 Meji), um dos signos do meridilogun; daí vindo a reza: OMI TUTO, ANA TUTO, TUTO ILÊ, TUTO ARIKU BABAWA (água fresca em minha vida, água fresca em minha casa, água fresca para todos os espíritos bons desta vida).
Com Olokun vivem dois espíritos: Samugagawa, que simboliza a vida e Acaro, que simboliza a morte. Ambos estão representados nas ferramentas de Olokun.
Este orixá não fala diretamente por sua boca, mas se comunica através de Iemanjá, já que esta foi o primeiro caminho que veio à terra e que, também, se denominou YEMBÓ. 
Gostaria de chamar-lhes a atenção quando digo “caminho de orixá”, pois muitos interpretam mal o que isto significa. 
Por exemplo, Iemanjá possui oito caminhos: 
  1. –  YEMBÓ, 
  2. –  OLOKUN, 
  3. –  MAYELEWÓ, 
  4. –  ASHABÁ, 
  5. –  OCUTÉ, 
  6. –  OCOTÓ, 
  7. –  IBU-ARU 
  8. –  IBU AYEE. 
Estes caminhos estão representados nos sete mares que rodeiam a terra e nas sete reencarnações deste orixá em sua trajetória. 
As ferramentas de OLOKUN são assentadas dentro de um porrão grande, com cerca de sessenta centímetros de altura (significando a superfície e a profundeza do mar). Elas são feitas de chumbo, já que este metal não sofre oxidação pela ação do salitre do mar e é mais barato. Entre as ferramentas, há uma boneca, medindo aproximadamente vinte centímetros, em cujos braços está a representação dos dois espíritos de que falei anteriormente: o da vida e o da morte. No braço direito se pendura um cobra, representado ACARO e no braço esquerdo uma máscara, representando SAMUGAGAWA.

As demais ferramentas são:

 

  •  uma lua cheia, simbolizando a procriação deste orixá;
  •  uma meia lua, representado a alegria contagiante deste orixá na vida;
  •  um sol, indicando que o poder deste orixá é tão grande que tem domínio   sobre aquele;
  •  um timão de barco, significando a boa mãe que é, conduzindo os humanos  pelo caminho correto;
  •  um par de remos, que é a balança entre o bem e o mal do que realizamos   na vida;
  •  uma pequena sereia, a beleza misteriosa;
  •  sete pulseiras ou aros, denotando a procriação de seus sete filhos preferidos: Oyá, Elewara, Ogum, Oxóssi, Asawano, OrishaokóRISHAOKÓ e SHANGO. O nascimento de todos os sete orixás está descrito nos signos desde de Okana até Odi.

Em Cuba, existe a tradição de assentar OLOKUN para todos aqueles que irão fazer YEMANJÁ. OLOKUN só se assenta, ou seja, não se faz na cabeça de ninguém; aos filhos de OLOKUN se faz YEMANJÁ.

Deve-se trocar a água de OLOKUN a cada seis ou sete meses e o assentamento deve ser mantido em um lugar oculto, onde ninguém possa tocá-lo. OLOKUN assentado dentro de um porrão escuro simboliza a escuridão existente no fundo do mar.

OS FILHOS DE OXALÁ

Os filhos de Oxalá são pessoas literalmente tranquilas, literalmente equilibradas. O psicológico dos filhos de Oxalá é que são pessoas calmas e reinantes, mas devemos observar que pelo menos no Brasil, Oxalá está subdividido em Oxaguian, que é o Oxalá novo e  Oxalufan que é o Oxalá velho e as características de um e de outro são geralmente bem diferentes. Entretanto, ambos são respeitados e cultuados como Oxalá, e conseqüentemente tem algo em comum em seus temperamentos, a formação da personalidade dos filhos de Oxaguian e de Oxalufan, na verdade começa na infância e da mesma maneira e diversificando, se fixando com o passar do tempo.
Algumas formas de comportamento dos filhos destes dois tipos de Oxalá são muitíssimas parecidas, mas se analisarmos, mas ao fundo, verificamos que é até mesmo antagônico exemplo disso, é que em algumas demarcações são fundamentadas com Ogum, Oxóssi, Logum Edé, Oxum, fazendo destes que são regidos, pessoas mais ativas, animadas, extrovertidas e outras são fundamentadas normalmente com Orixás mais idosos como Omulu, Nanã, Iemanjá, fazendo dos regidos por esse orixá, pessoas mais calmas, introvertidas, pensativas e até mesmo mais lentas.
 
 
Oxalufan no sentido geral são pessoas mais compenetradas, introspectivas, de forte poder de liderança e capacidade de decidir, de resolver, de aconselhar. São muito parecidos com os filhos de Xangô, com certeza trazem consigo o equilíbrio da justiça, do exato, do correto. São pessoas severas, pois gostam de um trabalho limpo e bem feito, normalmente são pessoas muito sérias e de riso difícil, pois entendem a vida como uma missão que deve ser bem cumprida.
Como amantes são ternos e inconstantes, porém são os melhores líderes de família, os melhores chefes de família que existem, pela forma de conduzir-se e com certeza o equilíbrio emocional é o ponto referencial dos filhos de Oxalá. Negativamente são indivíduos de grande impaciência, lentos, vagarosos, meticulosos, reacionários, metódicos e exclusivistas.
 
 
Os regidos por Oxalá são pessoas que reclamam muito, pois acreditam cegamente que são os donos da verdade e da pura sabedoria. São também um pouco egocêntricos e normalmente donos de um grande ciúme, mesmo daquilo que não lhes pertence. Negativamente apesar de ser considerado um Orixá velho, os filhos de Oxalá são pessoas muito ativas e participantes, pessoas que se apegam facilmente a tudo e a todos e espera num sonho dourado resolver os problemas do mundo. São interessadas, amigas, sonhadoras e até mesmo arrojadas, calmas e serenas, escrupulosas e muito honestas.
Como amantes são ardentes apesar de não serem muito felizes no campo sentimental, fazem o possível para se acender sexualmente, o que dificilmente acontece, pois devido a forte carga de energia positiva de pacificação, de pureza, acabam muitas vezes fugindo dos hábitos normais do sexo. Como profissionais são destacados pelo enorme senso de responsabilidade e a liderança que carregam dentro do culto sempre se destacam pela seriedade, pela dedicação. Negativamente são volúveis, fúteis e de sensibilidade exagerada.
 
 
Os filhos de Oxalá não se contentam nunca com aquilo que tem e com certeza estão sempre entrando em choque com as pessoas, vivem reclamando da vida, gostam de um disse me disse e tem um forte poder de feitiço. Normalmente quando amigos tiram-se tudo dele, entretanto, se inimigos, tomem cuidado, pois são impiedosos e implacáveis nos desejos, na vingança, amadurecem pouco a pouco uma vingança e quando menos se espera a casa cai.
 
 
Mas o lado positivo dos filhos de Oxalá é que no geral seus filhos são pessoas muitas bem quistas dentro das casas de axé, dentro da cultura africanista. São pessoas sempre bem vindas, pois estão sempre prontas a participar de fundamentação, de orôs, por estarem sempre mesmo que não queiram, em estado de pureza, em estado de coração aberto. Pessoas que são incapazes às vezes de criticar, de colocar defeito naquilo que eles participam. Quando eles não podem ajudar também não atrapalham, por isso essas pessoas são muito bem vindas às casas de axé, são muito bem vindas para cargos de santo, muito bem vindas para ajudar qualquer casa de axé.
 
 
Os filhos de Oxalá são pessoas que se destacam por serem calmos, pacientes e uns tanto diplomáticos. Sabem como lidar com todo tipo de gente e com jeitinho consegue tirar sempre o melhor das pessoas. Não suportam injustiças e, para ver uma pessoa recebendo    o que lhe é direito, luta como se o problema fosse seu. Não costumam ter inimigos e nem serem invejadas, porque são pessoas humildes que fazem questão de viver de maneira simples, independemente de suas condições financeiras. É difícil vê-los nervosos, mas quando perdem a cabeça, o mundo se abala. Não olham para onde atiram os dardos envenenados, querem a verdade e a solução. Desculpas e tentativas de conciliação não tem espaço.
 
 
No amor são tímidos e sofrem por isso. Até encontrar alguém que esteja disposto a mergulhar nos mistérios de seu coração, sofrem com a solidão. Não namoram muito e, quando se apaixonam, agem como se fosse para sempre. Ainda cedo, acabam encontrando seu amor verdadeiro e costumam viver com ele até o fim da sua vida. Como poucos, sabem usar os seus poderes de sedução e seu romantismo para manter acesa a chama da paixão. Todas as vezes que surgem problemas, usam o diálogo como uma forma de reconciliação. Jamais usam palavras ásperas ou vulgares por mais nervosas que estejam e sabem que sua sinceridade é o seu ponto forte. Quando tem filhos, se transformam numa pessoa melhor ainda.
 
 
Costumam ser bem sucedidos em trabalhos que visam o bem de muitas pessoas. Não conseguem apenas ganhar dinheiro. Quando isso acontece em idade madura, costumam largar tudo por uma causa social. 
 
 
Influenciados por Oxalá, geralmente, torna-se grandes educadores, capaz de levar um grupo  a transformar a vida para melhor. Podem acabar em cargos do governo como diplomata, por saber lidar com o diferente. Como também possuem grande talento artístico, podem se destacar e se realizar como escritores. A inteligência é sempre muito requisitada, o que a força estar sempre fazendo novos cursos e assumindo cargos cada vez maiores onde trabalha. Precisa  analisar  sempre se é o que deseja, porque corre o risco de se estressar, cair doente e descobrir que tudo o que viveu não valeu a pena. Com calma, saberá como vencer na vida sem maiores problemas e chegar muito além do que imaginou.
 
 
A saúde não é das melhores, principalmente porque, muitas vezes, não consegue compreender as injustiças sociais e que nada pode fazer. Isso acaba fazendo com que sofram de gastrite e até desenvolva uma úlcera. Tem tendências à circulação deficiente e problemas nos rins e problemas de visão também são comuns. É preciso buscar maneiras de relaxar não apenas o corpo.
 
 
Os filhos de Oxalá tem uma grande tendência para a teimosia, mas que jamais resulta em violência – que Oxalá detesta, e quando estão na fase serena, relacionam-se em seu meio com responsabilidade, equilíbrio e respeito. Amáveis, prestimosos e espiritualistas, são capazes de resolver os maiores problemas com grande sabedoria, porém algumas vezes tornam-se calados, temperamentais e capazes de uma agilidade sobre-humana. Ainda assim, ostentam uma personalidade majestática e altiva. São aglutinadores e centralizadores, embora pareçam velhos desde a mais tenra idade.

OS ORIXÁS NA UMBANDA

Para que possamos entender o Orixá em sua absoluta essência, é necessária uma enorme capacidade de abstração. O que diversos autores tem tentado valentemente explicar é algo absolutamente intangível ao nosso nível de consciência.

Orixá não é divindade, pois na Umbanda cremos num único Deus. A Umbanda não é politeísta, portanto o que passaremos a descrever não é uma teogonia. Orixá é potência de luz emanada de Deus, O Criador.
Ordinariamente entendemos a manifestação do Orixá, através das forças da natureza, é o máximo que conseguimos, pois em sua essência verdadeira é pura luz. E como entender isso? É como querer entender e explicar Deus, tarefa impossível a qualquer um de nós.
Entretanto, tendo em mente isso, podemos tentar entender juntos o caminho inverso, ou seja, da terra para o Alto, até porque para entendermos o que ocorre acima disso, precisaríamos entrar em esferas elevadíssimas que fogem ao nosso entendimento, pois ninguém tem alcance para isso. Tudo que falam são conjecturas, bravas e algumas até louváveis tentativas, mas nada absoluto. A verdade de cada um deve ser respeitada, assim como a compreensão. Avançar a esferas superior nos será naturalmente permitido quando tivermos evolução para tal.
 
Na realidade o que a Umbanda fez foi “organizar” as manifestações divinas, em uma linguagem que pudéssemos compreender. Todas as “complicações” provenientes do aprendizado na Umbanda são por nossa exclusiva culpa e ignorância, basta que conversemos com qualquer Preto Velho, para termos a certeza disto.
Pensemos a princípios nos Sete Orixás Básicos que se manifestam em nível de terreiro, ou seja, de incorporação: Oxóssi, Ogum, Xangô, Omulu, Oxum, Iemanjá e Iansã.
A manifestação, em nível de terreiro, de cada um se dá através de espíritos enviados de cada uma destas forças. Importante ressaltar que na Umbanda não incorporamos o Orixá, mas sim os seus enviados ou representantes, que são espíritos que já encarnaram e que tem cada um o seu próprio Karma, história, característica missionária, evolutiva, de personalidade etc.
Temos a tendência de acreditar ou pensar que cada Orixá é o reino ao qual está associado, entretanto Orixá é muito mais do que isso, e é exatamente esse “muito mais do que isso” que não conseguimos explicar em palavras, mas grosseiramente falando é o amor de Deus espalhado e ao mesmo tempo condensado em 7 raios básicos, destinados ao planeta Terra, que objetivam, ao chegarem aqui, traduzidos pelos diversos sub-planos que passaram, nos auxiliar no nosso Karma, e que se manifestam através das forças e reinos da natureza. O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. Enfim… É mais uma benção de Deus.
Quando pensamos na composição de uma árvore, por exemplo, e nos infiltramos nela, entramos no seu universo e podemos observar neste universo “árvore” que todos os 7 Orixás estão se manifestando, conjugadamente ou em paralelo, mas sempre harmoniosamente.
Cada Orixá tem função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente as nossas necessidades, por Graça do Criador.
Para uma melhor compreensão nesta que está parecendo uma viagem ao mundo dos Orixás, vamos primeiro falar sobre as funções e especialidades de cada um ao nível de terra.
 
O Orixá Oxóssi corresponde a nossa necessidade de saúde, nutrição, expansão, energia vital, equilíbrio fisiológico.
 
 
O Orixá Ogum corresponde a nossa necessidade de energia, defesa, prontidão para ação, determinação, tenacidade.
 
 
O Orixá Xangô corresponde a nossa necessidade de discernimento, justiça, estudo, raciocínio concreto e metódico.
 
 
O Orixá Omulu corresponde a nossa necessidade de compreensão de Karma, de regeneração, de evolução, transformações e transmutações kármicas.
 
A Orixá Oxum corresponde a nossa necessidade de equilíbrio emocional, concórdia, amor, complacência e reprodutiva.
 
 
A Orixá Iemanjá corresponde a nossa necessidade familiar, estrutural de amor fraternal e filial e bens materiais.
 
 
A Orixá Iansã corresponde a nossa necessidade de mudança, deslocamentos, transformações materiais, avanços tecnológicos e intelectivos.
 
 
Tudo isso estando equilibrado nos torna pessoas melhores e facilita a nossa passagem na Terra, por isso falei em benção de Deus, e também e manifestações básicas e harmônicas dos Orixás apesar de algumas manifestações serem antagônicas, mas no fundo complementares.
Os 7 Orixás básicos ao se combinarem formam outros Orixás os quais chamamos de desdobramentos do Orixá ou Orixás que foram combinados, mas mesmo assim ainda não são estes que se manifestam em nível de terreiro, mas sim os seus enviados (que falaremos mais tarde)
 
O único Orixá na Umbanda que não tem desdobramentos é a Orixá Iansã, pois as suas combinações são tão rápidas que não criam reinos, mas apenas manifestações rápidas desta conjugação, não chegando a formar ou fixar-se durante muito tempo a ponto de formar um novo Orixá. Além do mais, outro motivo para isto e o próprio elemento por Ela representado: o Ar. O Ar não se desdobra, não se fixa, mas mistura-se aos demais, entretanto sem mudar a sua essência. O Ar em movimento é o vento que causa mudanças rápidas e essas mudanças são a própria Orixá.
Quando os Orixás se combinam, se unem e se conjugam temos os diferentes desdobramentos que são manifestados através do encontro de um reino com outro, ou manifestações de força da natureza, que em terreiro também recebem nomes diferentes.
 
Algumas das diferentes combinações de Orixás. A Grosso modo poderíamos falar em Orixás dinâmicos e estáticos, mas seria importante ressaltar que nada é estático na natureza, tudo está em constante mudança e transformação, mas que estabeleçamos agora que esse estático quer dizer mais lento e não totalmente parado. Cada Orixá tem, portanto, seu próprio ritmo. Talvez seja mais interessante falarmos em Orixás mais rápidos e de energias de ação, e Orixás mais lentos ou de energia equilibrante e refreadora.
Se pensarmos numa mata, por exemplo, o que os nossos olhos vêem é que ela está “parada” no lugar, mas para que seja exuberante e grande ela está em constante expansão, mudança, num ritmo lento e gradual, sofrendo a ação da fertilidade da terra, da constância dos ventos em espalhar as sementes, na ação do sol para a fotossíntese, enfim, de parada ela não tem nada. Mas seu “movimento” é provocado pela interação de outras forças.
 
Assim é a energia de Oxóssi. Um trabalho constante de surgimento, expansão, crescimento e renovação. A vida se renovando através do trabalho em grupo conjugando infinitas forças.
 
Encontramos a energia do Orixá Ogum manifestando-se nas matas de Oxóssi através do calor do sol, que dará força a energia vital de Oxóssi no nascimento dos vegetais, na luta pela sobrevivência dos vegetais que se transformarão em grandes árvores formando a mata. A esta manifestação damos o nome de Ogum Rompe Mato, além dela se apresentar também em nível de terreiro como Caboclo Rompe Mato ou outro nome que estaria associado ao Orixá Ogum, ou seja, manifestações de luta e bravura, determinação e tenacidade, como por exemplo Caboclo Arranca Toco, etc.
 
Encontramos a energia do Orixá Omulu manifestando-se nas matas de Oxoce através da própria terra de onde irão brotar os vegetais, é a própria base da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através dos Caboclos Flecheiros e Bugres. Que são Caboclos mais voltados para trabalhos de descarga.
 
Encontramos a energia do Orixá Xangô manifestando-se nas matas de Oxóssi através das pedreiras e que dão contornos e estabelecem limites na expansão da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos que se apresentam normalmente carregando em seu nome a palavra “Pedra” ou com características mais voltadas a equilíbrio, estudos, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxóssi ou Xangô (dependendo da orientação da Casa).
 
Encontramos a energia da Orixá Oxum manifestando-se nas matas de Oxóssi através da água fertilizadora da terra, auxiliando na expansão e ao mesmo tempo estabelecendo limites e contornos (rios e cascatas). Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos e Caboclas com apresentação mais “dócil”, “suave” e mais voltados para cura, manipulação de ervas, etc. Normalmente carregam em seu nome algo do tipo Caboclo “xxx” da Cachoeira, ou Caboclo “xxx” do Rio, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxóssi ou Oxum (dependendo da orientação da Casa).
 
Encontramos a energia da Orixá Iemanjá manifestando-se nas matas de Oxóssi próximas ao litoral, através da função provedora de bens materiais desta Iabá. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada pelos Caboclos e Caboclas do Mar da Praia, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxóssi ou Iemanjá (dependendo da orientação da Casa). Também tem função de descarrego e imantação.
 
Encontramos a energia da Orixá Iansã manifestando-se nas matas de Oxóssi através da ação dos ventos e da chuva e da função transformadora desta Iabá. São caboclos e caboclas que também tem como especialidade descarga rápida e transformadora.
Além, é claro, da conjugação de Oxóssi com Ele mesmo, que encontramos os diversos Caboclos, como Tupinambá, Cobra Coral, etc.
Buscamos através desses exemplos mostrar a facilidade com que os Orixás se combinam, se conjugam e se harmonizam, sem perderem suas essências mas agregando outras, são todos Caboclos e Caboclas de Oxóssi mas que adquiriram outras características vibratórias ao se combinarem e conjugarem com outros Orixás.
 
Em função de sua característica básica de expansão, o Orixá Oxóssi foi associado ao planeta Júpiter, que rege a quinta-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Oxóssi na Umbanda.
Existem dois Orixás na Umbanda que não possuem reinos específicos, mas atuam em todos, que são Ogum e Iansã, através de suas energias e funções.
O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.
Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum, cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Omulu, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Omulu, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Omulu em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum. É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.
 
Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.
 
Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxóssi, conforme já falamos, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.
 
Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Oxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.
 
E finalmente o Orixá Ogum atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.
Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.
 
Especificando:
Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.
Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.
Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.
Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral.
Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.
 
Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.
Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda.
Ao pensarmos no Senhor da terra, o Orixá Omulu, o vemos como a base para o cumprimento de nossa missão na terra. Ele é a base de tudo. É na terra que transmutamos o nosso karma, por isso que sendo a nossa base, sempre nos lembra de nosso karma, e nos dá a compreensão do mesmo.
Ele não se combina com os outros Orixás, os outros Orixás é que se combinam com ele, gerando desdobramentos neles.
Os desdobramentos do Orixá Omulu se dão dentro dele mesmo, observando-se a natureza, vemos isso nos diferentes tipos de solo, que gerarão diferentes combinações de Orixás em função disto. Um dos desdobramentos mais conhecidos de Omulu é o Orixá Obaluaê.
Se nenhum outro Orixá existisse, o Orixá Omulu (terra) existiria e o tipo de vida que encontraríamos qual seria? Com isso quero dizer que nenhum Orixá é auto-suficiente e nem se basta, mas as suas combinações e dinamismo é que nos permitem conhecer a vida como a conhecemos.
É como um grande plano de Deus, que em sua generosidade infinita nos deu a base e as condições para que evoluíssemos e crescêssemos.
De nada adianta a base se não temos as condições e o inverso também é verdadeiro.
Por isso é tão importante que não “desprezemos” nenhum Orixá em nosso culto às forças da natureza.
Existe grande confusão com relação a magnitude deste Orixá onde alguns chegam a confundi-lo com Exu. Isto se deve a capacidade de manipulação magística e transformadora de Omulu, da qual Exu é apenas executor. Além do mais Omulu é Orixá e Exu não é.
Sendo a própria terra, onde caminhamos e nos sustentamos, e sendo a terra geradora permanente de vida, encontramos nela a primeira grande magia de Omulu, que é a famosa força da gravidade, que atrai tudo para si, assim como também, as diversas forças dos demais Orixás formando novas conjugações como as já citadas e que citarei ainda.
Por atrair tudo para si, e sugar as energias negativas transformando-as em positivas, transmutando e transformando tudo que nela toca e entra, este Orixá se desdobra dentro de si mesmo. É por isso que Ele não “vai” a outros Orixás, mas os outros é que vem a Ele.
Por tudo isso é que afirmo que confundir o Orixá Omulu com Exu é no mínimo incoerente, entretanto compreensível, pois para entender Sua Magnitude é preciso exercício mental, e isto poucos estão dispostos a fazer.
Sendo o Orixá que permanece no limite entre vida e morte, também foi associado a saúde e doença. Dentro de uma coerência e lógica, você acha realmente que Deus teria enviado um raio a terra cuja função fosse nos trazer doenças? A sua associação a saúde está justamente em função de ser da terra que brotam as ervas curadoras, mas estas são de Oxóssi. Bênçãos de Omulu, sem dúvida, mas pertencem a Oxóssi, este sim o Orixá da Cura, da Saúde.
Por outro lado a função de Omulu junto a área da saúde também se justifica pelo fato de ser ele o absorvedor e transformador de todas as energias negativas geradas e atraídas por qualquer doença em energia curadora, utilizada e manipulada por Oxóssi.
Em função de sua característica básica de consciência kármica, tempo e lentidão, o Orixá Omulu foi associado ao planeta Saturno, que rege o sábado, e por extensão é o dia em que cultuamos Omulu na Umbanda.
Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e conseqüentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.
 
Existem inúmeros desdobramentos de Xangô, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:
· Xangô D’Jacutá – regência geral da linha de Xangô (grosso modo seria a própria pedreira, harmonia com Oxóssi).
· Xangô Alafim  – este desdobramento consiste na atuação junto a necessidade de fazer cessar as tempestades (atuando como energia refreadora, equilibradora) e auxiliar oradores intelectuais (inspirando método e orientação). Atuando com Iansã.
· Xangô Alufam – este desdobramento atua principalmente na função de encaminhar das almas desencarnadas, atuando juntamente com Omulu, na justiça e organização desta atividade.
· Xangô Agodô – este desdobramento atua principalmente presidindo as cerimônias de fé e de batismo. Grande auxiliar das intuições puras. Atuando com Oxum.
· Xangô Aganju – Protetor dos lares, da harmonia conjugal. Atuando com Iemanjá.
· Xangô Abomi – este desdobramento atua principalmente no equilíbrio de raciocínio e método e defesa nas horas de grande aflição. Atuando com em harmonia com Ogum.
 
Importante ressaltar que as definições ou descrições os diferentes desdobramentos de Xangô, assim como com os dos demais desdobramentos de cada Orixá, são apresentadas muito mais com objetivos didáticos do que litúrgicos, pois a essência de cada Orixá permanece sempre a mesma em todos os seus desdobramentos e momentos de atuação.
Em função de sua característica básica de estar ligado a parte intelectiva, o Orixá Xangô foi associado ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Xangô na Umbanda.
Ao analisarmos a Orixá Oxum, e nos reportarmos ao seu elemento (água) e a seu reino (cachoeiras e rios), encontramos os seguintes desdobramentos:
· Oxum Iara – ou simplesmente Oxum – essência da Oxum. Sentimento, amor, concórdia, harmonia, união.
· Oxum Marê – manifesta-se quando do encontro das águas de Oxum com as águas de Iemanjá. São as águas turbulentas. Em termos de significado e tradução para as nossas vidas, é o encontro do passado com o presente, de uma essência com a outra. Revisão de sentimentos (Oxum), turbulência de sentimentos (choque das duas águas), relacionados a nossa formação familiar (Iemanjá).
· Oxum Oiapandá – manifesta-se na superfície das águas salgadas (onde a água é menos salgada). Absoluta harmonia com Iemanjá. Na sua compreensão de atuação junto a nós, é quando após a revolução de sentimentos (Oxum Marê), nos acomodamos na placidez das águas superficiais, sem grande envolvimento de sentimentos profundos, mas mais voltados aos sentimentos e aspirações materiais.
 
Considerada popularmente como sendo somente a Orixá do amor, entendemos como sendo a Orixá do misticismo, do sentimento, da concórdia e harmonia.
Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a sentimento, emoções e amor, a Orixá Oxum foi associada a Lua, que rege a segunda-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Oxum na Umbanda.
Muitos cultuam o Orixá Omulu na segunda-feira em função das Almas, mas lembramos que as águas da Oxum correm onde? Na terra. Que é de quem? Omulu. Com relação a isto, muitos já devem ter observado uma certa sensação melancólica, não chega a ser tristeza, mas uma “emoção”, muitas vezes indescritível, conjugada com a vibração de incorporação de Oxum. Algumas enviadas choram. Isto tudo se deve ao fato das águas correrem pela terra de Omulu, “carregando” com elas as Almas, das quais Omulu é o Mestre e Senhor, mas que em contato com Oxum, traduzem em nível de terreiro e incorporação, nesta “melancolia” que às vezes sentimos.
Por isso as Almas vibram em segunda vibração na segunda-feira dia de regência da Oxum.
Analisando a Orixá Iemanjá e nos reportando ao seu reino o mar, associamos sempre que quem mora perto do mar, nunca morre de fome, não é verdade? Por isso ela é a grande provedora dos bens materiais, a grande mãe, que nos dá o conforto, o alimento, além de ser representada pelo maior de todos os reinos, o mar. Soberania.
Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a família e ao amor familiar e fraterno, a Orixá Iemanjá foi associada a Vênus, que rege a sexta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iemanjá na Umbanda.[6]
Por fim, analisando a Orixá Iansã, que como já dissemos não tem reino específico, reportemo-nos a seu elemento primeiro o ar. Presente em todos os reinos, conjugando-se a todos os Orixás, mas não estabelecendo nenhum desdobramento específico pois sempre que atua é em nível de mudança, transformação, como energia propulsora e renovadora. Em nível de terra esta Orixá está diretamente relacionada ao intelecto, tal como Xangô, mas de forma distinta, pois o Xangô é de energia refreadora, em termos práticos, coloca o método no pensamento ágil gerado pela Orixá Iansã. Conseqüentemente, esta Iabá está diretamente ligada aos avanços tecnológicos, e não apenas as mudanças climáticas.
Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente ao intelecto, a Orixá Iansã foi associada ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iansã na Umbanda.[7]
Assim podemos dizer que os Orixás, depois de atravessarem os diversos planos e sub-planos e chegarem até nós, nos apresentam infinitas formas de auxilio, através de suas combinações e desdobramentos. Poderíamos com isso, trazendo para linguagem de terra tentar resumir os “assuntos” a que cada um essencialmente atuaria e auxiliaria. Assim temos:
 
  •  Oxóssi – saúde, energia vital, fisiologia, farmacologia, sociedade, trabalho em grupo.
 
  •  Ogum – defesa, energia propulsora, conquista.
 
  •  Xangô – equilíbrio, discernimento, justiça, estudo.
 
  •  Omulu – consciência de Karma, transmutação hármica,        magia,
  •  Oxum – equilíbrio emocional, amor, concórdia
 
  •  Iemanjá – união familiar, formação familiar, bens materiais
 
  •  Iansã – inteligência, avanços tecnológicos, mudanças, transformações materiais
 

Considerações sobre a Orixá Nanã

 
Consideramos Nanã a Soberana das Águas, as águas originais, o início da vida, a água de mina. Conseqüentemente estando “acima” das demais Orixás ligadas ao elemento água, não é Orixá Básico, conseqüentemente não é Regente de Ori. As manifestações encontradas em nível de terreiro, são manifestações de uma das três Iabás (Iemanjá, Oxum ou Iansã) em vibração mais “velha”.
Nanã é o momento inicial em que a água brota da terra ou da pedra, a partir do momento que a água corre, já é Oxum. Portanto não compreendemos como “lama” (mistura de água com terra) mas sim como Soberana de Todas as Águas.

Batismo

Temos que ter em mente que o batismo significa o recomeço o acordar para a religião em que você se propõem a seguir e a adorar.

Sabemos que o Batismo é algo sagrado e imutável tão sagrado que em nossa Comunidade é reconhecido que o primeiro Batismo na Umbanda será sempre o seu primeiro o seu laço com suas entidades, mas alem do Batismo também temos a cerimonia de confirmação que é a que fortalece esse laço da mesma forma que a primeira, se escolhe um ou mais padrinhos e madrinhas para tal cerimonia que serão testemunhas encarnadas alem do Guia Chefe que irá presenciar tal acontecimento.

Alguns preceitos devem ser seguidos para que possamos estar preparados de corpo e alma para tal cerimonia.

• Na semana anterior a do dia do batismo 7 dias antes devemos acender um vela de sete dias para Oxalá para que nos prepare para a cerimonia e ilumine nosso Ori (cabeça);

• Durante a semana deve-se evitar ambientes carregados e uso de roupas escuras, sempre pense em coisas agradáveis e alegres faça dessa semana a sua melhor semana.

• Devemos nos sete dias anteriores ao do Batismo tomar banho de Tapete de Oxalá (boldo) de cabeça e corpo para mantermos o equilíbrio do espírito.

• No dia da cerimonia devemos providenciar uma Toalha Branca sem desenhos ou estampas, caso saiba seu Orixá de cabeça é permitido colocar fita da cor do Orixá * (conforme cores designadas pelo primado de Umbanda ) sem exageros essa toalha não é usado nas giras apenas nos trabalhos de Cachoeira e Praia.

• No dia da cerimonia devemos providenciar uma Vela Branca simples de Batismo.

LOCAIS PARA A PRÁTICA DO BATISMO.
 
O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro como também na cachoeira, local de maior vibração de Mãe Oxum, mãe e protetora de todos os filhos de Umbanda e senhora das águas doces.
Em alguns terreiros, por orientação do Chefe da Casa, o batismo pode também ocorrer na praia, sendo então os filhos consagrados a Iemanjá.

Orientação aos padrinhos e aos pais

Ser padrinho é assumir perante Pai Olorum e Pai Oxalá o compromisso de segundo pai e segunda mãe, prometendo cuidar de seu(sua) afilhado(a) sempre que necessário.
A vela batismal será levada para casa e guardada pela mãe. Essa vela é símbolo da Luz Divina e deve ser acesa (apenas quando necessário), posta sobre a cabeça da criança e, de preferência, às suas costas. Se houver algum problema de causa desconhecida com a criança, acender a vela e elevá-la sobre a sua cabeça. O campo imantador da própria criança começará a se abrir e a criar a proteção e a limpeza necessárias.

Batismo de Médium

 

O batismo é um acolhimento dos filhos de fé. É um sacramento indispensável para a pessoa ter vida religiosa plena. É uma iniciação. Cada religião tem uma hierarquia divina: anjos, arcanjos, querubins, devas… Na Umbanda temos a hierarquia dos Orixás. O batismo é, portanto, uma apresentação às divindades da Umbanda, para que enviem as suas vibrações ao espírito encarnado e assim ele passe a receber a proteção dos Orixás. O espírito e o mental do batizando passam a ser amoldados sutilmente na nova egrégora, na nova religião, revestidos com uma aura protetora divina.

Os Padrinhos e Madrinhas

Os Padrinhos Espirituais – Orixás- assumem o amparo divino do afilhado, juntamento com o Orixá de frente e o Orixá juntó.
Os Padrinhos Encarnados – assumem a responsabilidade de serem orientadores do(a) afilhado (a) na Umbanda juntamente com a sacerdote (isa).

O Significado do Ato Ritualístico:

A PEMBA BRANCA – Representa Oxalá nosso grande Orixá, divindade sincretizada por nós como Jesus Cristo no qual foi crucificado e com essa pemba é que seremos cruzados confirmando com este símbolo sinal cristão, da acolhida deste filho à Família de Almas de Angola (SARAVÁ PAI Oxalá) 
 
O INCENSO: Representa a energias de proteção e de irradiação luminosa. Nela pedimos a Iansã senhora dos ventos que leve o aroma das sagradas ervas a todos o lugares que andastes o protegendo de todo o mal e ultrapassando as dificuldades da vida. (SARAVÁ Iansã) 
 
O SAL: Em nome de Ogum senhor dos caminhos e das batalhas o sal que representa a proteção que lhe será dada durante sua vida pelo plano espiritual; representa ainda a terra e sua prosperidade e o crescimento de suas plantações interiores; a preservação da vida; (SARAVÁ Ogum) 
 
O FOGO (A VELA DO BATISMO): Representa Xangô Senhor do Som e da Justiça Divina essa chama de justiça acendera em seu coração na proteção dos menos aflitos o testemunho dos presentes à sua nova vida dentro dos princípios Cristãos de Almas de Angola, representa ainda a luz interior de cada um de nós, luz a ser desvelada para que cheguemos a Oxalá. (SARAVÁ Xangô) 
 
O ÓLEO : Nesse domínio reina Oxossi Senhor das Matas Guardião de Nossa Comunidade, sobre a ordem do Orixá que reina nossa Casa. Cuja unção significa as bênçãos do PAI sobre seu FILHOS . A consagração desses filhos às entidades de Almas de Angola e a sua distinção entre os homens. Pois a partir de agora eles são membros da Grande Família Universal Umbandista. (SARAVÁ OXOSSI) 
 
A ÁGUA: Nesse domínio reina Iemanjá, Oxum e Nanã senhora das águas sagradas, que são as grandes Mães geradoras onde tudo é criado. Diante dessa cachoeira limpe as impureza que tenhas e prepare seu coração durante sua jornada te tornando digno de ser Umbandista pois a aguá é a purificação do Espírito, Mente e Corpo. (SARAVÁ Oxum, SARAVÁ Iemanjá, SARAVÁ Nanã). 
 
E Finalmente a Obaluâie a bondade e o carinho dos teus velhos espíritos venha a doutrinar esse filho no caminho do bem e da responsabilidade com ele pedimos aos padrinhos que intercedam sempre em tudo o que achares errados em seu filho no decorrer dessa nova caminhada. (SARAVÁ). 

Contra-egum, Umbigueira. Mucam e Sendala

Todo Iaô é obrigado a usar contra-egum, umbigueira, mucam e sendala pelo menos por um ano. O contra-egum é uma defesa do Iaô. O próprio nome já diz, é contra as forças maléficas espirituais, contra fluxo energético que possam influenciar a cabeça do Iaô. A umbigueira, na realidade é uma ligação de Oxum. Ligação ao útero e também uma ligação de Bessém para com o Iaô, ou seja, é a cobra mordendo o próprio rabo. A umbigueira não é para cortar tesão como muitos dizem por aí. O instinto sexual ele é pessoal, ele é controlado por obediência, por fé e por força de vontade também. Na realidade, a umbigueira nada mais é do que uma representação da nossa mãe Oxum e uma homenagem ao cordão umbilical. Quando estamos com a umbigueira, o nosso cordão umbilical ainda está preso no Orixá, preso a Oxum. A sendala e o mocam são divisas, são patentes dadas por Ogum. Isso mostra, por exemplo, que o Iaô foi condecorado com uma divisa militar. Devem ser usados como jóias, como divisas de um soldado, de um cabo. Isso é precioso e enaltece a nossa cultura.

Erês

Conhecendo as Crianças

São a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza. São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
 
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos. É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero especial (açúcar). É conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como (ÊRES ou IBEJI). Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu. Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.
 
No Candomblé, o Erê, tem uma função muito importante. Como o Orixá não fala, é ele quem vem para dar os recados do pai. É normalmente muito irrequieto, barulhento, às vezes brigão, não gosta de tomar banho, e nas festas se não for contido pode literalmente botar fogo no oceano. Ainda no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer tudo o que o Orixá não pode, até mesmo as funções fisiológicas do médium, ele pode fazer. O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução se for o caso.
 
Na Umbanda mais uma vez, vemos a diferença entre as entidades/divindades. A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de um espírito cujo desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis. São tão barulhentos como os Erês, embora alguns são bem mais tranqüilos e comportados. No Candomblé, os Erês, tem normalmente nomes ligados ao dono da coroa do médium. Para os filhos de Obaluaiê, Pipocão, Formigão, para os de Oxossi, Pingo Verde, Folinha Verde, para os de Oxum, Rosinha, para os de Yemanjá, Conchinha Dourada e por ai vai. As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc…
 
As crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas, os Erês do Candomblé além desses, comem frangos e outras comidas ritualisticas como o Caruru, etc… Isso não quer dizer que uma Criança de Umbanda não poderá comer Caruru, por exemplo.
 
Com Criança tudo pode acontecer. Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida. Os “meninos” são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as “meninas” são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc… Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência. Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a “brincadeira” (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão “engraçada” assim.
Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis. A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não conseguimos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam. Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior características de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os  uma curiosidade: 
Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe. Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. 
terreiros do pais.
 
 
MAGIA DA CRIANÇA
 
 
O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são… todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô. Os erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do terreiro.
 
 

ONDE MORAM AS CRIANÇAS

 
A respeito das crianças desencarnadas, passamos a adaptar um interessante texto de Leadbeater, do seu livro “O que há além da Morte”. “A vida das crianças no mundo espiritual é de extrema felicidade. O espírito que se desprende de seu corpo físico com apenas alguns meses de idade, não se acostumou a esse e aos demais veículos inferiores, e assim a curta existência que tenha nos mundos astral e mental lhe será praticamente inconsciente. Mas o menino que tenha tido alguns anos de existência, quando já é capaz de gozos e prazeres inocentes, encontrará plenamente nos planos espirituais as coisas que deseje.
A população infantil do mundo espiritual é vasta e feliz, a ponto de nenhum de seus membros sentir o tempo passar. As almas bondosas que amaram seus filhos continuam a amá-los ali, embora as crianças já não tenham corpo físico, e acompanham-nas em seus brinquedos ou em adverti-las a evitar aproximarem-se de quadros pouco agradáveis do mundo astral.” “Quando nossos corpos físicos adormecem, acordamos no mundo das crianças e com elas falamos como antigamente, de modo que a única diferença real é que nossa noite se tornou dia para elas, quando nos encontram e falam, ao passo que nosso dia lhes parece uma noite durante a qual estamos temporariamente separados delas, tal qual os amigos se separam quando se recolhem à noite para os seus dormitórios.
Assim, as crianças jamais acham falta do seu pai ou mãe, de seus amigos ou animais de estimação, que durante o sono estão sempre em sua companhia como antes, e mesmo estão em relações mais íntimas e atraentes, por descobrirem muito mais da natureza de todos eles e os conhecerem melhor que antes. E podemos estar certos de que durante o dia elas estão cheias de companheiros novos de divertimento e de amigos adultos que velam socialmente por elas e suas necessidades, tomando-as intensamente felizes.” Assim é a vida espiritual das crianças que desencarnaram e aguardam, sempre felizes, acompanhadas e protegidas, uma nova encarnação. É claro que essas crianças, existindo dessa maneira, sentem-se profundamente entristecidas e constrangidas ao depararem-se com seus pais, amigos e parentes lamentando suas mortes físicas com gritos de desespero e manifestações de pesar ruidosas que a nada conduzem. O conhecimento da vida espiritual nos mostra que devemos nos controlar e nos apresentar sempre tranqüilos e seguros às crianças que amamos e que deixaram a vida física. Isso certamente as fará mais felizes e despreocupadas.

Oxum Opará

Oxum Opará

Opará, também chamada de Apará, assim como todas as Iyagbás, também é uma divindade das águas, é confundida como uma qualidade de Oxum devido a similaridade dos cultos, mas na realidade se trata de uma divindade a parte. Opará nasce da união de Xangô com Obá, é uma divindade muito perigosa.
A maternidade que é umas das marcas de Oxum não existe em Opará. Era Oxum quem se encarregava de cuidar da prole do Deus das Tempestades, enquanto ele guerreava. o caso de Opará ocorreu o mesmo, ela foi criada por Oxum, já que Obá, assim como Oyá Iansã, acompanhava Xangô em suas contendas. Opará herda o temperamento e a agressividade natural de Obá e a malícia e a vaidade de Oxum. Tornando-se assim a mais quente e agressiva de todas as Iyagbás superando até mesmo a própria mãe, Opará é a divindade feminina equivalente a Exú. É uma Deusa da Guerra, indomável, uma poderosa amazona que une força e vaidade, rege os ventos da noite, a umidade do ar e as águas puras que se intercalam entre abundância e escassez absoluta, seu fundamento maior é quando o Raio(Xangô) toca as Águas(Obá). Opará é impiedosa, arrogante e de carácter punitivo, mas apesar das desavenças entre Oxum e Obá, é muito próxima de Obá bem como de Oxum, de quem recebeu o Espelho de Ikú ( uma espécie de espelho encantado que traz a morte para que o olhar). Asim como os pais Opará possui forte ligação com a morte e, assim como Oxum, possui ligação com as Eleyés. A união de Xangô e Obá
Transcorre um culto nos arredores da cidade, é eleko. Uma sociedade restrita, onde apenas mulheres realizam o culto. Que possui como matriarca a temida Obá, a fundadora desta sociedade que cultua a ancestralidade feminina individual.
Nem um homem poderia sequer assistir o ritual do segredo, sendo punido por Obá com sua própria vida.
Certo dia, em uma das noites de culto, Xangô caminhava alegremente e dançava ao som do batá. Quando percebe, ao longe um aglomerado de mulheres, realizando uma cerimônia sob as ordens da enérgica Obá.
Xangô era muito curioso e não se conteve aproximando-se da cena, ficando a espreita.
Xangô encantou-se com a rara beleza de Obá, que apesar de não ser tão jovem era a mais bela mulher que ele já vira. No momento de distração, Xangô foi percebido e cercado pelas mulheres, foi levado a presença da grande deusa, que lhe falou o preço que haveria de pagar por sua audácia em violar o culto sagrado de Elekó. Mas a própria Obá que encantou-se com a inigualável beleza de Xangô apaixonando-se de imediato, relutou em aplicar a sentença de morte e usou de sua supremacia no culto para ditar nova regras, dando nova chance a Xangô: “Todo homem, que violar o culto, se for do agrado, da senhora do culto, deverá unir-se a ela como marido ou aceitar a pena de morte”
Xangô não pensou duas vezes, seria poupado da sentença e ainda sim possuiria a grande deusa por quem havia se apaixonado. A cerimônia de união de Xangô e Obá foi realizada dentro dos limites de Elekó. Foi o inicio de uma grande paixão, nunca se viu tanto amor.
A deusa guerreira e justiceira que pune os homens que maltratam as mulheres, descobriu um sentimento novo por um homem além do ódio. Descobriu todo o amor que um homem pode dar. A grande rainha de Elekó, a rainha de Xangô aprendeu a amar e ser amada.
Nasce, dessa grande paixão, uma criança, uma menina, nasce Opará, nasce a mais bela, justiceira e feroz guerreira. Herdou o melhor do pai e da mãe e prosseguiu com o culto.
Oxum Opará- LENDA
Em uma época onde os deuses viviam na terra, na região da Nigéria existiu duas jovens irmãs: Oxum e Iansã.
Oxum era deusa do ouro e da prata e tinha poderes sobre o ocultismo, Iansã por sua vez era deusa dos raios, tendo assim poderes sobre eles. Oxum carregava consigo o espelho que mostrava toda verdade oculta. Um belo dia Iansã muito curiosa, pegou o espelho e olhou, viu que era mais bonita que Oxum. Toda aldeia ficou sabendo disso e Oxum ficou muito brava.
Resolveu dar uma lição em sua irmã, colocou em seu quarto outro espelho, esse mostrava o lado ruim das coisas. Iansã percebendo a troca foi novamente olhar, ficou chocada com o que viu, em vez de ver sua imagem viu um monstro horrível. Entrou numa tristeza profunda e acabou morrendo.
Os deuses mais velhos descobriram a vingança de Oxum, decidiram castigá-la.
Oxum carregaria Iansã em seu corpo eternamente, seis meses seria Oxum com todas suas características e os outros seis meses seria Iansã. Oxum Opará tem em uma das mãos o espelho e na outra a espada que representa Iansã, dizem que ela é uma deusa guerreira e anda ao lado de Ogum, o deus do ferro e da estrada.

Obrigado Orixá

Nanã Buruku

Nanã

 
Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido, Nanã possui não dois lados, como tantos Orixás, mas sim um Orixá dentro do outro, um conceito que foi sendo gradativamente substituído por outro, dando margem a muita confusão e contestação no jeito de se defini-la.
Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia ioruba, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual República do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

 

Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.”
Registram-se 31 qualidades desta Yami Nla (Grande Mãe), sendo as mais conhecidas: Nene Adjaosi, Sussure e Buruku.
 

Lendas

 
…Disputa entre NANÃ BURUKU e OGUM
Nanã Buruku é uma velhíssima divindade das águas, vinda de muito longe e há muito tempo. Ogum é um poderoso chefe guerreiro que anda, sempre, à frente dos outros Imalés. Eles vão, um dia, a uma reunião. É a reunião dos duzentos Imalés da direita e dos quatrocentos Imalés da esquerda. Eles discutem sobre seus poderes. Eles falam muito sobre Obatalá, aquele que criou os seres humanos. Eles falam sobre Orunmilá, o senhor do destino dos homens. Eles falam sobre Exú: “Ah! É um importante mensageiro!” Eles falam muita coisa a respeito de Ogum. Eles dizem: “É graças a seus instrumentos que nós podemos viver. Declaramos que é o mais importante entre nós!” 
 
Nanã Buruku contesta então: “Não digam isto. Que importância tem, então, os trabalhos que ele realiza?” Os demais orixás respondem: “É graças a seus instrumentos que trabalhamos pelo nosso alimento. É graças a seus instrumentos que cultivamos os campos. São eles que utilizamos para esquartejar.” Nanã conclui que não renderá homenagem a Ogum. “Por que não haverá um outro Imalé mais importante?” Ogum diz: “Ah! Ah! Considerando que todos os outros Imalés me rendem homenagem, me parece justo, Nanã, que você também o faça.”
 
Nanã responde que não reconhece sua superioridade. Ambos discutem assim por muito tempo. Ogum perguntando: “Você pretende que eu não seja indispensável?” Nanã garantindo que isto ela podia afirmar dez vezes. Ogum diz então: “Muito bem! Você vai saber que eu sou indispensável para todas as coisas.” Nanã, por sua vez, declara que, a partir daquele dia, ela não utilizará absolutamente nada fabricado por Ogum e poderá, ainda assim, tudo realizar. Ogum questiona: “Como você fará? Voce não sabe que sou o proprietário de todos os metais? Estanho, chumbo, ferro, cobre. Eu os possuo todos.” Os filhos de Nanã eram caçadores. Para matar um animal, eles passaram a se servir de um pedaço de pau, afiado em forma de faca, para o esquartejar. Os animais oferecidos a Nanã são mortos e decepados com instrumentos de madeira. Não pode ser utilizada a faca de metal para cortar sua carne, por causa da disputa que, desde aquele dia, opôs Ogum a Nanã.
 
… praga ao velho rei
Nanã era considerada como a grande justiceira. Qualquer problema que ocorria em seu reino, os habitantes a procuravam para ser a juíza das causas. No entanto, Nanã era conhecida como aquela que sempre castigava mais os homens, perdoando as mulheres.
Nanã possuía um jardim em seu palácio onde havia um quarto para o eguns, que eram comandados por ela. Se alguma mulher reclamava do marido, Nanã mandava prendê-lo chamando os eguns para assustá-lo, libertando o faltoso em seguida.
Oxalufã sabedor das atitudes da velha Nanã resolveu visitá-la. Chegou a seu palácio faminto e pediu a Nanã que lhe preparasse um suco com igbins. Oxalufã muito sabido fez Nanã beber dele, acalmando-a e a cada dia que passava ela gostava mais do velho rei.
Pouco a pouco Nanã foi cedendo aos pedidos do velho, até que um dia levou-o a seu jardim secreto, mostrando-lhe como controlava os eguns. Na ausência de Nanã, Oxalufã vestiu-se de mulher e foi ter com os eguns, chamando-os exatamente como Nanã fazia, ordenando-lhes que deveriam obedecer a partir dali somente ao homem que vivia na casa da rainha. Em seu retorno Nanã tomou conhecimento do fato ficando zangada com o velho rei. Foi então que rogou uma praga no velho rei que partir dali nunca mais usaria vestes masculinas. Por isso até hoje Oxalufã veste-se com saia cumprida e cobre o rosto como as deusas rainhas.
 
 

… nanã quer de volta

Dizem que quando Olorum encarregou Osalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Òrìsà tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Osalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Osalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos òrìsà povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é.

Erês

Ibeji

 
Ìbejì é o Òrìsà dos gêmeos. Da-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho.
Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Òrìsà .
Conta uma lenda que os Ibejis são filhos paridos por Iansã e jogados nas águas. Osun os abraçou e os criou como se fosse seus filhos.
O animal tradicionalmente associado a Ìbejì é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África Equatorial. A espécie em questão é o colobus polykomos, ou “colobo real”, que é acompanhado de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses. A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em Yorùbá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar.
Ao contrário dos Erês, entidades infantis ligadas a todos os orixás e seres humanos, são divindades infantis, orixás-crianças. Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas…
São divindades gêmeas infantis, é um orixá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.
Divide-se em masculino e feminino, (gêmeos). No Oyó cultua-se como Erês ligado a qualidades de xangô e Oxum. Popularmente conhecido como xangô e Oxum de ibeji.
 

Lendas

 
dois pequenos príncipes…
Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. 
 
Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a Orumilá que o levasse para perto do irmão.
 
Sensibilizado pelo pedido, Orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
 
 
filhos de Iansã e Xangô…
Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gêmeos morreu.
Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa.
Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.

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Mestre Zé Pilintra

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Rainha Maria Padilha, Exús e Pombo Giras

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Lendas, Mistérios e Curiosidades da Religião Afro

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