Os 9 Oruns

Òrun Afééfé – Espaço da aragem; local de correção e onde os espíritos permanecem até serem reencarnados.

Òrun Ìsálú – Também denominado Asálú, onde são realizados os julgamentos dos espíritos.

Òrun Àpáàdí – O local dos erros impossíveis de reparar.

Òrun Rere – Lugar para aqueles que foram bons em vida.

Òrun Burúkú – O espaço destinado às pessoas más.

Òrun Àlàáfíà – O local de paz e tranquilidade.

Òrun Bàbá Eni – O òrun do pai das pessoas.

Òrun Àkasò – Espaço destinado à passagem dos espíritos do òrun ao àiyé, no momento de sua reencarnação.

Òrun Oké Ora – Local do òrun, de onde partiu Odùdúwà para o àiyé. Ora é também o nome de um lugar perto de Ilé Ifé onde Odùdúwá e seus amigos teriam vivido por várias gerações antes de invadir as terras Yoruba.

ESPAÇOS ESPIRITUAIS POR ONDE CIRCULA NOSSA ALMA

AQUI SE ENCONTRA O MISTÉRIO, POR ONDE A ALMA DE TODOS SERES HUMANOS CIRCULAM, PARA ALCANÇAR A PERFEIÇÃO:

1- ORI IPAKO (PARTE OCCIPITAL) DA CABEÇA, IGUAL A TRASEIRA.

2- ORI IWA (PONTO DE CONVERGÊNCIA DOS PALIENTAIS DIREITO E ESQUERDO, DE ONDE SE ADOXAM OS IYAWOS) E ONDE CONVIVEM 3 ENERGIAS: ELEDÁ, ORI E ODU

3- ORI OTUN – PARTE DIREITA DA CABEÇA, ONDE ESTA LOCALIZADA A MASCULINIDADE  DO SER HUMANO, AQUI TAMBÉM  ENCONTRAM – SE  O ODU: POSITIVO OU NEGATIVO

4- ORI OSI – PARTE ESQUERDA DA CABEÇA ,ONDE SE ENCONTRA A FORÇA FEMININA DO SER HUMANO

5- 5 ESPAÇOS DE ORUN

Ifaatogun relado no livro de Juana Elbein, destacou os 9 òrun e os separou da seguinte forma: 4 em cima que seria a paz de Orun, a parte destinada a Obatalá Alaabalase, a indicação do seu poder ao Cetro, em quatro em baixo, indicação destina por Odùduà.

O 5 espaço é destinado a gente que ainda não soube saber indicar o local que fica, até mesmo porque é só detalhar as semelhas dos 9 òrun com o Arco Íris de Bessem. São nove espaços, 9 significados diferentes, 9 estilos de cores, 9 nove maneira de “manipulações” no àiyé.

No Bara (corpo) temos 4 odus que representam a dinâmica do Bara, fazendo um total de 9 espaços de orun e de 9 odu em nosso corpo, sendo 5 na cabeça (ori) e 4 no corpo.

1 – Odu que comanda nossa mão, apao tun e apao osi, que conduz nossa personalidade e nossa forma de atuar positiva ou negativa em nossa vida

2 – Odu que comanda os órgãos vitais de nosso corpo, mantendo 1 boa saúde ou enfraquecendo a mesma.

3 – Odu que comanda nossas pernas, que possa nos levar aos bons ou maus caminhos.

4 – E o último odu muito importante em nossa vidas, o odu que rege o sexo, sendo esse positivo ou negativo ou neutro, pois o sexo tem como principio perpetuar a raça humana, e o outro como sexualidade e afeição a um parceiro. Devido isso, todos babalorixás e ialorixás, deveriam conhecer seus odus, dessa maneira poderia manter seu equilíbrio espiritual, emocional, econômico, e material, sabendo como através dos igbos de odus, equilibrar os 9 odus do corpo, para quando tiverem negativo passarem a positivos. 

Zangbeto

Zangbeto é um Culto do povo Badagry, sendo altamente respeitado pelos membros da sua comunidade – Os “Guardiões da Noite ( Policiais Vodoo no Benin)”, são espíritos que gostam de dançar e falar sob folhas de palmeira (ráfia). 

Desaparecem e reaparecem à sua vontade e giram trazendo boa sorte. Conta à legenda, que Zangbetos inicialmente eram os guardas noturnos na cidade de Hogbonou, Benin. Sua roupa exterior é feita das folhas da palma arranjadas em camadas, e coberta por fora com uma espécie de chapéu. E eram eles os responsáveis pela segurança noturna das vilas e aldeias, mantendo afastados os ladrões e malfeitores. Nesse sentido, podemos notar alguma semelhança com o termo Olopá ( que além de Senhor da Roupa, também significa Policial). 

Hoje os Grupos locais de Zangbeto realizam competições, no sentido de ver os melhores pés de dança e magia durante todo Benin e Togo.

Sua aparição publica é acompanhada de alguns instrumentos musicais, dentre eles há uma espécie de sino duplo denominado “Gankeke”, os Zangbeto utilizam também o Gangbo. Quanto ao ritmo produzido, denomina-se Gangbo, possuindo este nome, devido ao instrumento “gangbo” do qual lhe emprestaram o nome.

Hoje o Zangbeto ainda aparece em ocasiões especiais ou quando existe uma situação de urgência na comunidade. No ritual público de dança, percebe-se uma frenética rotação, em seguida, sentam-se na terra e ficam quietos, quando então os membros do grupo, batem neles com as suas varas rituais, e são entoadas orins pela comunidade Zangbeto. 



O culto de Zangbeto encontra-se, presentemente, espalhado por todo o Sul do Benim. Zan significa noite. Zangbeto é, de fato, um espírito noturno. No meio da escuridão, o mascarado sai do seu convento, semeando terror à sua volta. Vai a casa dos ladrões, dos adúlteros, dos caloteiros, impondo-lhes que ponham cobro às suas safadezas. As suas formas parecem ter sido estudadas para meterem medo: Zangbeto é uma grande máscara coberta de palha colorida da cabeça aos pés, dando saltos acrobáticos e emitindo sons guturais.

A sua origem é mítica. Diz-se que três irmãos andavam em guerra entre si; os dois mais velhos opunham-se ao mais jovem; este, na noite antes da derradeira batalha, teve um sonho: uma figura sobrenatural aconselhou-o a cobrir-se de palha e, com os seus homens, correr de encontro aos inimigos, fazendo-lhes acreditar que eram fantasmas. O embuste funcionou, os irmãos fugiram e o jovem ficou senhor do reino. A máscara de Zangbeto é um tributo a essa vitória e, como tal, se tornou objeto de veneração.

As apresentações públicas dos Zangbeto têm por finalidade a purificação do povo, o afugentamento dos males para longe e o pedido de proteção. Prova disso são os prodígios que ele efetua durante as danças, como, por exemplo: homens esmigalham garrafas de cerveja e engolem os pedacinhos juntamente com o líquido sem ter qualquer corte; outros lambem uma barra de fero em brasa sem se queimarem e há mesmo quem espete plantas espinhosas no peito sem derramar uma gota de sangue.

O fumo e a Bebida na Umbanda

A Umbanda é muito criticada pelo fato de suas entidades usarem o fumo e as bebidas nas sessões, os detratores aproveitando-se disto para taxarem as entidades de atrasadas ou primitivas.

O FUMO
O segredo e a utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu eró (segredo) e não é como muitos utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.

O fumo é a erva mais tradicional da terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião. Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma.

Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra.

Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.

O charuto e o cachimbo, ou ainda o cigarro, utilizados pelas entidades filiadas ao trabalho de Oxalá são tão somente defumadores individuais. Lançando a fumaça sobre a aura, os plexos ou feridas, vão os espíritos utilizando sua magia em benefício daqueles que os procuram com fé.

Os solos com textura mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, como os destinados a charutos ou fumos de corda, enquanto os solos mais arenosos produzem fumos leves, para a fabricação de cigarros.

No fabrico dos charutos, as folhas, após o processo de secagem, são reunidas em manocas de 15 a 20 folhas e submetidas a fermentação, destinada a diminuir a percentagem de nicotina, aumentar a combustividade do fumo e uniformizar a sua coloração.

Os tipos de fumo mais utilizados na confecção dos charutos brasileiros são: Brasil-Bahia, Virgínia, Sumatra e Havana.

Nos trabalhos umbandistas a cigarrilha de odor especial é muito utilizada pelas Pombo giras e Caboclas.

Os cigarros são utilizados para fins mais materiais, normalmente relacionados com negócios financeiros. 

Os charutos de fumo grosseiro e forte são peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo de melhor qualidade são usados por Caboclos.

Já os Pretos-Velhos dão preferência aos cachimbos, nos quais usam diversos tipos de mistura de ervas, como o alecrim, a alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de palha, impregnando assim os elementos com a sua própria força espiritual, transformando o tradicional “pito” em um eficiente desagregador de energias negativas.

Desta maneira, como o defumador, o charuto ou o cachimbo são instrumentos fundamentais na ação mágica dos trabalhos umbandistas executados pelas entidades. A queima do tabaco não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando apenas um meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e ativador dos chakras dos consulentes.

Vemos assim que, como ensinou um Pai Velho, “na fumaça está o segredo dos trabalhos da Umbanda”.

Geralmente os Guias não tragam a fumaça, utilizando-a apenas para “defumar” o ambiente e as pessoas através das baforadas, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou para o ar.
A função principal é a de defumar aqueles que chegam até a entidade. Algumas entidades deixam de lado o fumo se a casa for defumada e mantiver sempre aceso algum defumador durante os trabalhos.

BEBIDAS

O álcool, tem emprego sério na Umbanda.

Quando tomado aos goles, em pequenas quantidades, proporciona uma excitação cerebral ao médium, liberando-lhe grande quantidade de substâncias ativadoras cerebrais, acumulada como reserva nos plexos nervosos (entrelaçamento de muitas ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos guias, para poderem trabalhar no plano material.

Deste modo, quando o médium ingere pequena quantidade da bebida, suas idéias e pensamentos, brotam com mais e maior intensidade. É também uma forma em que a entidade se aproveita este momento para ter maior “liberdade de ação”.

Os exus são os que mais fazem uso da bebida.

Isto se ao fato de, estas linhas utilizarem muito de energias etéricas, extraídas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para manipulação de suas magias, para servirem como “combustível” ou “alimento”, encontrando então, uma grande fonte desta energia na bebida.

Estas linhas estão mais próximas às vibrações da Terra (faixas vibratórias), onde ainda necessitam destas energias, retiradas da matéria, para poderem realizar seus trabalhos e magias!

O marafo também é usado para limpar/descarregar pontos de pemba ou pólvora usados em descarregos.

O álcool por sua volatilidade tem ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias negativas do médium.

Já o álcool consumido pelo médium também é dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no organismo.

O perigo nestes casos é o animismo, ou seja, o Médium consumir a bebida em grandes quantidades por conta própria e não na quantidade que o Guia acha apropriada.

Nestes casos, pode ser que o Guia vá embora e deixe o médium sob os efeitos da bebida que consumiu sem necessidade.

MENORES DE IDADES. Se o médium for menor de idade, não se deve permitir que o guia use o fumo e a bebida quando incorporado.

Trata-se de respeitar as leis vigentes e evitar que o nome da Umbanda seja associado a possíveis processos judiciais.

O mais indicado seria inclusive ter uma autorização dos responsáveis pelo menor para que ele possa participar dos trabalhos, especificando inclusive (se possível) os horários de início e término das mesmas.

O FUMO E A BEBIDA SÃO INDISPENSÁVEIS?

Podemos sim não utilizar fumo e bebidas.

Estes elementos são ferramentas dos Guias para os trabalhos, que podem não ser utilizadas.

Haverá uma diminuição da eficiência e rapidez do trabalho, mas ele será realizado também, mais devagar e de forma mais trabalhosa.

Será como utilizar apenas as mãos para um determinado trabalho, possível, mas mais trabalhoso.

É uma opção do médium, caso o médium não possa ou não queira fumar e beber, o Guia irá respeitar sua decisão.

Pode neste caso solicitar apenas que sejam feitas oferendas com estes elementos, ou que um copo com sua bebida seja deixado próximo a ele quando estiver trabalhando incorporado.

A Importância da Cabaça na Umbanda

A cabaça é um fruto vegetal com larga utilização na Umbanda. É o fruto da cabaceira (Cucurbita lagenaria L.) e basicamente tem uma forma arredondada e um pescoço curto ou longo, podendo tomar outras formas, dando–lhe assim condições de ter diversas utilizações. Depois de extraída, torna-se seca e sólida. 

Por dentro possui algumas sementes. Quando cortada, deve-se retirar a polpa, deixando-a secar, para ser usada como utensílio. Inteira, é denominada cabaça; cortada, é cuia ou coité, e as maiores são denominadas cumbucas.

Na Umbanda, sua utilização é ampla, tomando nomes diferentes de acordo com o seu uso, ou pela forma como é cortada. Cortada em forma de prato é o recipiente para a comida. Cortada acima do meio, forma uma vasilha com tampa, tomando o nome cuia do Axé, e é utilizada para colocar os símbolos do poder após a obrigação de sete anos do médium que permitirá este médium abrir uma Casa de Umbanda.

Cabaças minúsculas são colocadas como depósito dos seus remédios. Com o corte ao cumprido, torna-se uma vasilha com um cabo, chamada de cuia, e serve para colher o material de oferecimento ou para colher as águas do banho de folhas. Inteira e revestida de uma rede de malha será o Agbè, instrumento musical usado pelos Ogans durante os toques e cânticos.

Uma cabaça com o pescoço comprido em forma de chocalho é agitada com as suas sementes, fazendo assim o som do Séré, forma reduzida de Sèkèrè, instrumento.

Utilizada como elemento energético, mágico e natural pelos Pretos Velhos, Caboclos.

A cabaça representa o “pote” que guarda todos os mistérios da cura, da vida e da morte’, é um elemento vegetal poderosíssimo e de grande valor simbólico.

Substituindo os copos por cabaças, o vinho e a água servido aos Pretos Velhos, Caboclos terão um valor energético a mais.

Nas oferendas a substituição também é muito bem aceita e importante, afinal é natural, tem valor energético, tem simbologia e é biodegradável.

Tomar banho com as sementes da cabaça é excelente para descarregar o campo mediúnico, favorecendo o equilíbrio mediúnico e a harmonização emocional.

Cortada horizontalmente pode ser utilizada nos Rituais de Amaci, evitando qualquer outro elemento impróprio para a ocasião.

Mais do que isso é oferecer algumas cabaças para os Pretos Velhos, Caboclos e perceberemos quantas mirongas, quantas magias, são feitas com a cabaça.

Como acontece a iniciação na umbanda?

Esse início acontece de forma parecida para a maioria das pessoas. Geralmente o médium vai a uma sessão de umbanda e recebe a informação de que é médium e precisa colocar roupa. Os guias costumam usar o termo “colocar roupa” que significa passar a frequentar as sessões de Umbanda usando a tradicional roupa branca. Então, surge aquele dúvida. Devo ou não colocar roupa?

Essa dúvida muitas vezes surge por temer algo que não se conhece, e também por experiências negativas de outras pessoas, pois infelizmente há pessoas que se tornam umbandistas por algum interesse e quando não conseguem aquilo que almejavam, abandonam tudo e se tornam evangélicas, inventando mentiras em relação à umbanda e criando mitos inexistentes na religião.

Quando comecei na umbanda, aos 15 anos, sempre escutava os mais velhos dizendo: é muita responsabilidade, se entrar não pode nunca mais sair, e assim as pessoas acabam até ficando amedrontadas, pois iniciar algo em que não se pode sair sob o risco de sofrer algum castigo com certeza é um pouco amedrontador. Mas na verdade não é assim, é que ao criar um vínculo com as entidades, você passará a ter um elo e eles estarão próximos á você, irão esperar pela sua presença e pela sua dedicação. 

Você vai passar a fazer parte do culto, participar de preceitos, e se de uma hora para outra, abandonar tudo, os guias podem sim cobrar o seu comparecimento, ou às suas obrigações. Não se trata de castigo, nem de nunca mais poder sair, cada caso é um caso e se você irá ou não sofrer alguma cobrança vai depender dos motivos que te levaram a se afastar.

As pessoas precisam em primeiro lugar saber que a Umbanda é uma religião de respeito e não uma bagunça. Muitos incorrem no erro de colocar roupa para conseguir algo e quando não conseguem simplesmente abandonam, como se fosse uma roupa ou sapato que já não se quer usar.

O princípio da Umbanda é a caridade. Você passará a ser um canal através do qual os seus guias passarão a fazer a caridade, ajudando todo aquele que for em busca de algum auxílio ou amparo. Não pense que por ter uma pomba-gira terá os homens aos seus pés, ou por cuidar de um Exú nunca mais será enganado, roubado ou sofrerá qualquer mal. Isso é outro erro pois você só terá aquilo que estiver no seu caminho e tiver que ser seu. Os guias e orixás ajudam sim, não há dúvida, mas é preciso fazer por merecer e buscar aquilo que se deseja,com luta e determinação.Aquele que pensa que por ser umbandista terá algum poder extraordinário está enganado.

No início o médium passa por um desenvolvimento, onde os guias muitas vezes não vêm, apenas deixam o médium tonto ou o fazem balançar, e noutras incorporam mas não falam, e nem dão consultas. Pouco a pouco os guias passarão a vir de forma diferente, e também irão falar e conversar com as pessoas falando o seu nome e as suas preferências. Não acontece sempre assim. Muitas pessoas quando iniciam, ficam confusas pois pode ser que os guias deixem o médium semi consciente, ou até consciente, mas isso não significa que ele não esteja incorporado. 

É preciso sempre conversar com o pai ou mãe de santo e tirar todas as suas dúvidas.

Com certeza o que é preciso é ter o coração aberto, e amar a Umbanda, pois para mim não há maior prazer do que poder colocar a minha Rainha, minha cigana, meus caboclos, Exús e minha vovó e as minhas entidades para trabalhar, pois os amo de paixão. É muito gratificante poder ajudar ao próximo, e a umbanda para quem sabe amá-la e respeita-la é sem dúvida, maravilhosa.

OXALÁ

Se Exu é o começo de tudo, Oxalá é o fim. 

Se Exu é o principio da vida, Oxalá é o principio da morte. Equilíbrio positivo do Universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos da Terra e do Cosmo. Pai dos Orixás, é considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do entendimento, do fim da confusão.

O branco, nos cultos Afro-Brasileiros, é a cor principal. É, entretanto, o luto, a cor de Oxalá, pois Oxalá é aquele Orixá que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano. Daí sua cor ser considerada a cor do luto, nos Cultos. Oxalá é o fim da vida, é o momento de partir em paz, com a certeza do dever cumprido.

Embora não gostemos dela, nem que a queiramos com certeza, a morte é uma conseqüência da própria vida. Exu inicia, Oxalá termina. É assim nas rodas de Candomblé, no xirês, quando louvamos todos Orixás. Começamos por Exu, terminamos com Oxalá.

A religião, então, encara o fator morte com a mesma naturalidade com que encara os demais assuntos, pois ele faz parte da Natureza e sabemos que tudo tem um inicio, um meio e um fim. Também o Culto vai encarar esta evidência com lógica e vai determinar uma regência, ou melhor, inúmeras regências, para essa força chamada Oxalá.

Mas Oxalá também tem outras atribuições na Natureza. É ele que vai proporcionar a paz entre os homens; é ele que vai trazer o entendimento, a compreensão, o sossego, a fraternidade, não somente entre os homens, mas também em sua relação com outras forças da natureza, pois é comum nas Casas de Santo oferecermos comidas e flores, para que Oxalá venha apaziguar uma situação de conflito, uma determinada cabeça. É ele que servirá de mediador para que haja uma solução, uma definição.

Oxalá, portanto, está presente nos momentos em que a calma é estabelecida. Rege a tranqüilidade, o silêncio, a paz do ambiente.
Oxalá é o equilíbrio das coisas, mantendo-as suavemente estabilizado e em posição de espera ou definição, de acordo com o caso, de acordo com a situação. É, portanto, a organização final, da maneira mais pacífica possível.

Dia: Sexta-feira
Cor: Branco leitoso.
Simbolo: Opaxorô
Elementos: Atmosfera e Céu
Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte
Saudação: Epi Epi  Babá
OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a plataforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (OPAXORÔ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.

Na África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Funfum. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.

A designação de Orixá FunFun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.

Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.

A maior interdição de Oxalá é de fato o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objetos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ekodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.

O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A ação de cobrir não evoca somente proteção, zelo, denota a atividade masculina no ato sexual.

No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu.

Qualidades de Oxalá

Oxalá Ajagemo: Para o qual durante a sua festa anual em Edé, dança-se e representa-se com mímicas, um combate entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencedor.

Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo e mudo a quem o negligencia.

Oxalá Alase ou Olúorogbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.

Oxalá Etéko: Caminha com Oxaguiã, é inquieto. Vive nas matas e come todo o tipo de carne branca.

Oxalá Eteto Obá Dugbe: Outro guerreiro, ligado a Orixalá.

Oxalá Lejugbe: é muito confundido com Oxalufan; por ser vagaroso e indeciso. Muito chegado a Ayrá. Come com Yemanjá e Oxalufan. Come também todo tipo de carne branca.

Oxalá Obatalá: É o mais velho dos orixás. O grande rei branco; raiz de todos os outros Oxalás. Ele não é feito, faz-se Ayrá ou Oxum Opara. É o pai de Oxalufan que por sua vez é o pai de Oxaguiã. Por ser muito grande e poderoso, Obatalá não se manifesta, sua palavra transforma-se imediatamente em realidade. Representa a massa, o ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação dos novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos.

Oxalá Okó: Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época da chegada dos escravos, não deram muita importância a este orixá, considerando como orixá da agricultura, em seu lugar Ogum e dos grãos Obaluaiê. Quando se manifesta leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois veste-se de branco. Seu Opaxorô, no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.

Oxalá Orinxalá, Orixalá ou Obatalá: É casado com Yemanjá, suas imagens são colocadas lado a lado e cobertas com traços e pontos desenhados com efum, no Ilésin, local de adoração, dizem que Yemanjá foi a única mulher de Orixalá um caso excepcional de monogamia entre orixás e eborás.

Oxalá Oxalufã (Orixá Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô, a cerimónia de saudações é de dezasseis em dezasseis dias. Orixá muito velho, de idade avançada, aleijado, lento, movendo-se com muita dificuldade. Dança apoiado no opaxoró. Treme de frio e velhice. Detesta a violência, disputas e brigas. Não come sal e nem dendê; odeia cores fortes, principalmente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas; não suporta cavalos.

Oxalá Oxoguiã ou Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se encontra em Ejigbô. Tomou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô uma de suas características e o gosto pelo inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido de Orisa-Je-Iyán ou Orisájiyan. A tradição exige que os habitantes de dois bairros Xolô e Oké Mapô lutem uns contra os outros a golpes de varas. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com pedras azuis, chamadas Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e o culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé, come com Ogunjá, Oxossi Inlé, Airá, Exu, Oyá e Onira. Tem muito fundamento com Oyá pois, é o dono do Atori, fundamento que lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Guian devem agradar muito a Oyá. Vem pelos caminhos de Onira; tem ligação forte com Exu. Seus filhos devem evitar brigas e mentiras e principalmente, não devem enganar a Ogum.

Oxalá Olofon Ajigúna Koari: Aquele que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan).

Temos mais qualidades de Oxalá que iremos estudar mais tarde.

A Importância da Cabaça no Candomblé

A cabaça é um fruto vegetal com larga utilização no Candomblé . É o fruto da cabaceira. Inteira, é denominada cabaça; cortada, é cuia ou coité; e as maiorias são denominadas cumbucas.

Nos ritos do Candomblé, sua utilização é ampla, tomando nomes diferentes de acordo com o seu uso, ou pela forma como é cortada. A cabaça inteira é denominada Àkèrègbè , e a cortada em forma de cuia toma o nome de Ìgbá . 

Cortada em forma de prato é o Ìgbáje , ou seja, o recipiente para a comida. Cortada acima do meio, forma uma vasilha com tampa, tomando o nome de Ìgbase , ou cuia do Àse , e é utilizada para colocar os símbolos do poder após a obrigação de sete anos de uma Ìyàwó , como a tesoura, navalha, búzios, contas, folhas, etc. que permitirão à pessoa ter o seu próprio Candomblé.

Cabaças minúsculas são colocadas no Sàsàrà de Omolu , como depósito de seus remédios.

No Ógó de Èsù , uma representação do fato masculino, as cabaças representam os testículos. Usa-se uma das partes da cabaça cortada ao meio, e colocada na cabeça das pessoas a serem iniciadas e que não podem ser raspadas por serem Àbìkú , para nela serem feitas as obrigações necessárias.

Com o corte ao comprido, torna-se uma vasilha com um cabo, chamada de cuia do Ìpàdé e serve para colher o material de oferecimento ou para colher as águas do banho de folhas maceradas. Inteira e revestida de uma rede de malha será o Agbè , instrumento musical usado pelos Ogans , durante os toques e cânticos.

Uma cabaça com o pescoço comprido em forma de chocalho é agitada com as suas sementes, fazendo assim o som do Séré , forma reduzida de Sèkèrè, instrumento por excelência de Sàngó . 

 

A cabaça inteira em tamanho grande substitui nos ritos de Àsèsè , a cabeça de uma pessoa que morreu e que por alguns fatores não é possível realizar as obrigações de tirar o Òsu . 

 

Por fim, pode ser lembrado que a cabaça cortada em forma de vasilha com tampa é conhecida como Ìgbádù , a cabaça da existência e contém os símbolos dos quatro principais Odù : Éjì, Ogbè, Òyekú Méjì, Ìwòri Méjì e Òdí Méjì.

BENISTE, Jose. As aguas de Oxala: (àwon omi Ósàlá) 10 ed. RJ Bertrand, 2014

Orixás e entidades da Umbanda e do Candomblé.

O conhecimento da religião dos Orixás, mostrando lendas, curiosidades e mistérios da nossa religião.

Umbanda de Caboclos, Boiadeiros, Pretos Velhos, Marinheiros e todo o seu mistério

O conhecimento da religião dos Orixás, mostrando lendas, curiosidades e mistérios da nossa religião.

Ciganos, suas origens e seus mistérios.

O conhecimento da religião dos Orixás, mostrando lendas, curiosidades e mistérios da nossa religião.

Mestre Zé Pilintra

O conhecimento da religião dos Orixás, mostrando lendas, curiosidades e mistérios da nossa religião.

Rainha Maria Padilha, Exús e Pombo Giras

O conhecimento da religião dos Orixás, mostrando lendas, curiosidades e mistérios da nossa religião.

Lendas, Mistérios e Curiosidades da Religião Afro

O conhecimento da religião dos Orixás, mostrando lendas, curiosidades e mistérios da nossa religião.